Em um documentário que foi ao ar recentemente, Brooke Shields foi extremamente honesta sobre como posou nua aos 10 anos de idade e foi estuprada aos 22. Ela documentou como foi empurrada para o centro das atenções tão jovem por sua mãe alcoólatra e revelou o impacto que isso teve em sua saúde mental.
Mas, enquanto o público assistia com profunda simpatia seu relato, sua filha, de 16 anos, reagiu de maneira muito diferente. De acordo com Shields, agora com 57 anos, 'ela ficou indignada com as coisas que eu escondi dela' e 'chorou e saiu correndo da sala'.
A atitude da menina levantou uma dúvida: Os filhos têm o direito de saber tudo sobre os pais? Segundo Max Pemberton, especialista entrevistado pelo Daily Mail, a comunicação deve ser apropriada à idade - especialmente quando se trata de um trauma, como no caso de Brooke Shield. "É certo que talvez descobrir tudo em um documentário não fosse a melhor maneira de saber. Mas entendo perfeitamente por que Shields teria escondido algumas dessas coisas de sua filha", informou.
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Então, qual é a hora certa e a hora errada para contar? Segundo Max, embora uma criança possa sentir que tem o direito de saber, o fato é que é a história dos pais. "Parte do crescimento é entender que existem partes de seus pais que você não conhece; há aspectos que eles escondem de você. Pode parecer uma traição, mas na maioria das vezes vem de um desejo de proteger a criança. Também é muito difícil discutir tópicos traumáticos com entes queridos quando você mesmo pode não ter processado ou lidado com isso", diz.
Para ele, os pais têm, é claro, direito à sua própria privacidade. Parte de ser adulto é aceitar o fato de que nenhum de nós pode absolutamente, verdadeiramente, conhecer outra pessoa, não importa o quanto a amamos e ela nos ama. É humano manter um pouco de nós mesmos às vezes. "Vários estudos mostraram que incluir crianças em discussões sobre tópicos difíceis, como traumas, contribuiu para fortalecer os laços familiares, ajuda a desenvolver resiliência, formar relacionamentos de qualidade e ter maior satisfação geral com a vida. Que pai não gostaria disso para seu filho? Mas, só você vai saber qual é o momento certo para contar ou não", finaliza.
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