Fê Paes Leme fala sobre depressão e uso de remédio psiquiátrico na gravidez: "Precisava para não me afundar na tristeza"

Na tarde da última segunda-feira (19), CRESCER se encontrou com Fernanda para um bate-papo em São Paulo (SP), em um evento promovido pela Multikids em parceria com a Fisher-Price, na casa B2Mammy. Na ocasião, ela deu detalhes de como foram os preparativos para o nascimento de Pilar e os primeiros dias ao lado da filha.

"Ela foi muito desejada. Eu engravidei e tive a Pilar aos 40 anos. Antes, sofri bastante para tê-la em meus braços. Por isso, é tudo tão especial, eu até me emociono", comentou. E coloca especial nisso. Pilar chegou depois de um aborto espontâneo e de um desejo de Fernanda de aumentar a família ao lado do companheiro e empresário Victor Sampaio, 32, com quem se relaciona desde 2021. Ter finalmente a filha nos braços foi como um sonho realizado.

Mas nem tudo nessa história foram flores, é claro. Antes mesmo do dia do parto, Fernanda teve de enfrentar muitos fantasmas. O primeiro deles foi um quadro depressivo ainda na gravidez. "Eu estava deprimida antes da Pilar nascer, muitos altos e baixos, muitos choros e tristezas. Entender que estava mal ainda grávida, sendo que queria muito engravidar e tal, foi o mais difícil... A gente se culpa, óbvio, como sempre", chegou a contar em suas redes sociais logo depois do nascimento da filha.

Em entrevista à CRESCER, ela contou que o cenário só começou a mudar de figura quando reconheceu que precisava de ajuda e buscou orientação profissional. Após avaliação, os médicos entenderam que Fê precisaria começar um tratamento com remédios psiquiátricos ainda na gravidez, mesmo que em dosagem pequena.

"Para mim foi muito importante eu, junto com a ajuda de profissionais, ter detectado que eu precisava de ajuda antes de a minha filha nascer. Eu realmente precisava tomar um medicamento para não me afundar num lugar de tristezinhas, porque sabia que, quando ela nascesse, poderia vir um baby blues, que uma depressão pós-parto poderia se intensificar ainda mais...", comentou.

Segundo a atriz, o tratamento foi fundamental para que ela pudesse encarar a reta final da gestação e o puerpério com mais leveza e estabilidade emocional. "Fui medicada e isso fez uma grande diferença para o maior e melhor momento da minha vida, que foi quando ela nasceu. Eu estava ali presente, inteira, vivendo cada momento de uma maneira muito mais leve do que se eu não estivesse medicada. Foi tão importante eu cuidar da saúde mental, porque isso fez com que hoje eu fale com prazer sobre o nascimento e os primeiros meses da minha vida. [Se não fosse isso], talvez eu não tivesse uma história tão linda para contar."

O segundo fantasma que Fernanda Paes Leme teve de enfrentar foi a amamentação. "Eu tinha certeza de que eu não ia conseguir. Eu me sabotei. Minha filha ainda era desse tamanhozinho na minha barriga e eu já falava: 'Não vou conseguir'. Me sentia uma derrotada em relação a isso", disse.

Para aliviar suas inseguranças, de novo, foi procurar ajuda profissional. Contratou uma consultora de amamentação e se muniu de informação quando a bebê ainda estava no forninho. A ideia é que estivesse o mais preparada possível para quando chegasse a hora H. No fim das contas, descobriu que sofreu por antecipação. Enquanto ainda estavam na maternidade, Fernanda e a filha já encontraram o encaixe perfeito e Pilar acertou a pega.

"No caso a minha experiência, todo aquele fantasma foi por terra. Eu estava sendo a minha própria grande vilã. Pilar teve uma pega perfeita, muito boa. A consultora me orientou, mas a gente teve um match muito bom, teve muita sorte também envolvida", lembrou. "No meu caso, eu tive esse final feliz. Amamentar para mim é um prazer", acrescentou.