Saúde & bem-estar
 

Por Amanda Oliveira


Realizar exames de rotina é uma prática fundamental para acompanhar a saúde da mulher, uma vez que o diagnóstico precoce de doenças pode prevenir complicações mais graves no futuro. O ultrassom transvaginal, também conhecido como endovaginal, é um dos exames recomendados para as pacientes. Por meio dele, os médicos conseguem visualizar imagens detalhadas do útero, ovário, vagina, intestino, bexiga e uretra, permitindo a identificação de possíveis anormalidades.

Como o ultrassom transvaginal é um exame de rotina, ele é indicado para todas as mulheres que já iniciaram sua vida sexual, especialmente aquelas que apresentam queixas ginecológicas, como dor pélvica, distúrbios menstruais e sangramentos. O procedimento dura poucos minutos e não oferece riscos para as pacientes.

Mulher fazendo ultrassom transvaginal  — Foto: Getty Images
Mulher fazendo ultrassom transvaginal — Foto: Getty Images

Como é realizado o procedimento do ultrassom transvaginal

Durante o procedimento, um transdutor, protegido por um preservativo e com um pouco de gel, é cuidadosamente inserido no canal vaginal da mulher. No entanto, não se preocupe! Em geral, o exame não causa dor, a não ser que a paciente já tenha uma condição que possa levar a um desconforto, como o vaginismo. Na maioria dos casos, não é necessário um preparo específico e o exame pode ser realizado mesmo durante o período menstrual. É recomendado apenas esvaziar a bexiga antes do procedimento.

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Detecção precoce de doenças e alterações no útero

O ultrassom transvaginal desempenha um papel importante na detecção de condições como miomas e pólipos. Os miomas são tumores uterinos benignos formados por tecido muscular, e o exame pode identificar a sua presença. Além disso, o ultrassom transvagival permite avaliar se a paciente tem pólipos. Semelhante a “verrugas”, eles crescem dentro do endométrio e são, na maioria das vezes, benignos. No entanto, podem causar sangramentos e também impactar a fertilidade da mulher.

O exame também detecta câncer de útero e malformações uterinas, como o útero didelfo, que acontece quando um útero em desenvolvimento – que começa como dois dutos separados – não consegue se unir. Já em relação ao câncer de ovário, o ultrassom transvaginal não é efetivo para diagnosticar a doença precocemente.

Diagnóstico de endometriose

A endometriose é mais uma doença que pode ser diagnosticada por meio do ultrassom transvaginal. Essa condição ocorre quando o endométrio – tecido que reveste a parede interna do útero e é eliminado durante a menstruação – começa a crescer fora da cavidade uterina, em órgãos como ovários, trompas, ligamentos uterinos e até intestino e bexiga. Esse tecido fora de lugar cresce e se desprende mensalmente, acumulando-se dentro do abdômen e provocando um processo inflamatório na pelve, que pode levar à aderência entre os órgãos dessa região.

Para diagnosticar a endometriose por meio do ultrassom transvaginal, é solicitado o exame com preparo intestinal, que envolve seguir uma dieta específica e tomar laxante para limpar o intestino antes do exame. Além disso, é importante que o exame seja realizado por um radiologista especializado em identificar focos de endometriose, pois assim é possível obter resultados mais precisos para auxiliar no tratamento.

A endometriose é uma doença que afeta significativamente a qualidade de vida das mulheres. Por isso, o diagnóstico precoce é essencial para iniciar o tratamento o quanto antes. Entre os sintomas da condição estão: fortes cólicas durante o período menstrual; dores na relação sexual; dor durante a evacuação, que se acentua principalmente no período menstrual; dor na hora de urinar; dor pélvica crônica (independente da época da menstruação); e infertilidade.

A doença ainda não tem cura, mas existem medidas eficazes para diminuir os sintomas e aumentar a taxa de fertilidade. Os especialistas privilegiam o tratamento menos invasivo possível, o que consiste primeiro na mudança de qualidade de vida: alimentação anti-inflamatória, com mais produtos naturais e menos industrializados. Os exercícios físicos também são essenciais, além de um sono adequado. No entanto, caso o tratamento não dê resultados, pode ser indicada a realização de cirurgia.

Ultrassom transvaginal durante a gravidez

O ultrassom transvaginal pode ser realizado em mulheres grávidas. Em geral, esse exame é solicitado durante o primeiro trimestre de gestação para verificar o desenvolvimento do bebê e avaliar a saúde fetal. Nas fases finais da gestação, o ultrassom transvaginal também é usado para medir o colo do útero - seu encurtamento pode ser um sinal de que o parto está se aproximando - e identificar a possibilidade de um parto prematuro.

Diferenças entre o ultrassom transvaginal e o ultrassom abdominal

Ambos os exames têm como o objetivo examinar a região da pelve, que, nas mulheres, inclui útero, trompas e ovários. No exame transvaginal, um transdutor é inserido na vagina da paciente, enquanto no exame abdominal, ela permanece deitada e o profissional de saúde desliza o transdutor sobre a sua barriga. Em geral, o ultrassom abdominal é indicado para mulheres que nunca tiveram relações sexuais ou que tenham dificuldades em realizar o exame transvaginal.

No caso de mulheres com vaginismo, caracterizado pela dificuldade em realizar a penetração vaginal, porque a mulher sente dor, agonia ou medo do ato sexual, o ginecologista deve analisar cada caso individualmente ao considerar a indicação do exame transvaginal. Para essas mulheres, esse tipo de procedimento pode ser mais desconfortável. Assim, o profissional de saúde avaliará qual será o melhor caminho a seguir conforme as queixas da paciente.

Avaliação da saúde reprodutiva da mulher

As mulheres também podem recorrer ao ultrassom transvaginal com intuito de identificar possíveis problemas de fertilidade, pois esse exame consegue avaliar a reserva ovariana da paciente. O procedimento deve ser feito nos primeiros dias do ciclo menstrual. Por meio da imagem, o especialista conta quantos folículos (estrutura onde ficam os óvulos) a mulher tem naquele mês. Durante o tratamento de fertilização in vitro, as tentantes também realizam o ultrassom vaginal para acompanhar o crescimento dos folículos e estimar quantos óvulos poderão ser coletados.

Vale lembrar que o organismo disponibiliza naturalmente um lote de folículos por mês, mas o ovário só consegue amadurecer um óvulo. Para estimular o crescimento de vários, a paciente aplica injeções do hormônio gonadotrofina na barriga por cerca de dez dias (o que pode provocar dor de cabeça, inchaço abdominal, alterações de humor etc.) e acompanha a evolução por ultrassonografias até definir a data da coleta dos óvulos.

Fonte: Igor Padovesi, ginecologista e obstetra pela USP e médico do Hospital Albert Einstein.

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