• Redação Galileu
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Imagem mostra como está o HMS Terror (Foto: Reprodução/Youtube)

Imagem mostra como está o HMS Terror (Foto: Reprodução/Youtube)

Em 1845, o navio HMS Terror fez uma expedição no Ártico que terminou na morte de todos os 128 homens de sua tripulação – incluindo o explorador britânico John Franklin, que era veterano das Guerras Napoleônicas. Detalhes sobre a tragédia foram revelados somente agora, pois pesquisadores canadenses exploraram o HMS Terror pela primeira vez. 

Os especialistas usaram uma embarcação controlada remotamente e conseguiram analisar 20 cabines e outros compartimentos do navio. Foram registradas imagens de 90% do convés inferior e alguns alojamentos.

As fotos mostram que, mesmo depois de tantos anos, a embarcação permanece conservada nas águas geladas de Terror Bay, na província canadense de Nunavut. O gelo e o lodo preservaram artefatos como mapas e toras. Boa parte da mobília também permanece intacta e há várias gavetas ainda fechadas.

Prateleiras na despensa do navio, com pratos e garrafas de vidro (Foto: Parks Canada)

Prateleiras na despensa do navio, com pratos e garrafas de vidro (Foto: Parks Canada)

“A impressão que testemunhamos quando exploramos o HMS Terror é como se o navio tivesse recentemente sido abandonado por sua tripulação”, afirmou Ryan Harris, navegador que contribuiu com a descoberta.

Dentre os locais do convés, somente o dormitório onde o capitão dormiu não pôde ser adentrado. Porém, a cabine do capitão foi a que estava mais bem preservada: nela ainda havia tripés, um par de termômetros e mapas.

Uma hipótese para explicar porque os documentos escritos foram conservados é que na água de temperatura negativa não há luz. Dessa maneira, um processo de sedimentação teria diminuído o nível de oxigênio, preservando os papéis. 

Em um vídeo (em inglês), os pesquisadores explicam como foi a exploração: 

História
Em sua última expedição, o HMS Terror saiu da Inglaterra à procura de uma rota para atravessar a Passagem do Noroeste (no norte da América, acima do Círculo Polar Árctico). No entanto, acabou se colidindo com o mar congelado e a tripulação teve que abandonar o navio.

Agora, os cientistas querem analisar melhor as descobertas para entender o que aconteceu na embarcação e como era a vida dos marinheiros. “A excelente condição do navio irá, eu espero, significar que em breve teremos respostas para muitas perguntas sobre o destino da Expedição de John Franklin”, disse Susan Le Jeune d'Allegeershecque, alta comissária do Canadá. 

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