• Redação Galileu
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Pássaro metade fêmea e metade macho é observada nos Estados Unidos (Foto: Annie Lindsay/Carnegie Museum of Natural History)

Pássaro metade fêmea e metade macho é observada nos Estados Unidos (Foto: Annie Lindsay/Carnegie Museum of Natural History)

No fim de setembro, pesquisadores do Museu Carnegie de História Natural, nos Estados Unidos, encontraram um raro exemplar de grosbeak-de-peito-rosa (Pheucticus ludovicianus) que é metade macho e metade fêmea. A condição da ave é resultado de um fenômeno conhecido como ginandromorfismo, no qual o animal nasce com tecidos geneticamente masculinos e femininos.

"Toda a equipe ficou muito animada em ver tal raridade de perto", disse Annie Lindsay, gerente do programa de anilhamento de pássaros em Powdermill, em declaração no site do museu. "O ginandromorfismo bilateral, embora muito incomum, é normal e fornece um excelente exemplo de um processo genético fascinante que poucas pessoas encontram."

Como explicam os especialistas, grosbeaks-de-peito-rosa são sexualmente dimórficos, isto é, suas características físicas variam entre machos e fêmeas. Na ave observada é possível notar uma "linha" que divide o animal aproximadamente ao meio: à direita do pássaro (penas avermelhadas) estão as características masculinas, enquanto à esquerda (penas amarelas) estão a femininas.

Os pesquisadores ainda não sabem se o espécime seria capaz de se reproduzir. Isso porque, de acordo com eles, apenas o ovário esquerdo é funcional nas aves — e esse é justamente o lado feminino do animal. Entretanto, o animal canta como um macho, o que potencialmente atrairia as fêmeas, provocaria uma resposta territorial de outros machos e impediria o acasalamento.