• Redação Galileu
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Imagem da sonda chinesa Chang’e-4 (Foto: Divulgação)

Imagem da sonda chinesa Chang’e-4 (Foto: Divulgação)

Enquanto os Estados Unidos e Canadá enfrentam os efeitos de um vórtice polar que fez as temperaturas caírem drasticamente, a sonda chinesa Chang’e-4 também passou maus bocados durante a noite lunar — que equivale a 14 dias inteiros terrestres. Enquanto a luz do Sol não atingia o lado oculto da Lua, o equipamento entrou em modo de repouso e realizou apenas alguns registros de dados: entre as informações, a sonda constatou que a região lunar onde ela está localizada enfrentou uma temperatura de 190ºC negativos. 

Por conta de suas características naturais, a Lua convive com extremos. Durante o dia, quando a luz solar incide sobre o satélite, as temperaturas são extremamente altas. Mas durante o período da noite, os termômetros caem drasticamente. A medição da sonda Chang’e-4 é considerada um recorde: na década de 1970, os equipamentos norte-americanos da missão Apollo registraram uma temperatura negativa máxima de -170ºC. 

Os pesquisadores chineses afirmam que as diferenças na composição do solo lunar em cada região afetam a temperatura local. Como essa é a primeira vez que uma sonda explora o lado oculto da Lua, novas informações sobre as características naturais do satélite vêm à tona.

Atualmente, o minijipe Yutu-2 (que chegou à Lua junto com a Chang’e-4) está a cerca de 18 metros de distância do local do pouso da sonda. O veículo explora uma região repleta de pequenas crateras e de terreno irregular, o que possibilitará coletar novas informações aos astrônomos: pesquisas indicam que algumas crateras profundas da Lua apresentam as temperaturas mais baixas do Sistema Solar, já que nunca foram atingidas por raios solares. 

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Foto tirada pela sonda Chang'e 4 (Foto: Divulgação)

Foto tirada pela sonda (Foto: Divulgação)

"O lado oculto Lua tem características únicas e nunca houve uma exploração no local, então a sonda Chang'e-4 pode nos trazer descobertas inovadoras", disse em comunicado Zou Yongliao, diretor da divisão de exploração espacial e lunar da Academia Chinesa de Ciências.

Por conta da sincronia entre os movimentos da Terra e da Lua, parte do nosso satélite sempre permanece oculto ao nosso olhar, o que também dificulta o lançamento de naves para essa região.

De acordo com a Administração Nacional Espacial da China, a missão da sonda Chang'e-4 será a de fazer medições detalhadas do terreno e da composição mineral da Lua: acredita-se que a região do Polo Sul lunar tenha sido formada durante uma gigantesca colisão.

Enquanto a missão é realizada, os chineses já planejam uma nova viagem ao satélite natural. A  missão Chang'e-5 será lançada ainda neste ano e terá o objetivo de trazer amostras da Lua pela primeira vez à Terra desde a década de 1970. A sonda pretende aterrissar em um mar lunar chamado Oceanus Procellarum. Nenhuma nova amostra lunar entrou em laboratórios terrestres desde a expedição Luna 24, da antiga União Soviética, no ano de 1976.

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