• Redação Galileu
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Sistema Solar pode estar cercado por túnel magnético, indicam astrônomos (Foto: Dominion Radio Astrophysical Observatory/Villa Elisa telescope/ESA/Planck Collaboration/Stellarium/J. West)

Sistema Solar pode estar cercado por túnel magnético, indicam astrônomos (Foto: Dominion Radio Astrophysical Observatory/Villa Elisa telescope/ESA/Planck Collaboration/Stellarium/J. West)

Segundo um estudo publicado na edição de outubro da Astrophysical Journal, o nosso Sistema Solar pode estar cercado por um túnel magnético que pode ser visto por ondas de rádio. A observação foi feita pela astrônoma Jennifer West, pesquisadora associada do Instituto Dunlapp de Astronomia e Astrofísica, no Canadá, e indica que duas grandes estruturas localizadas em lados opostos do céu estão conectadas, formando uma espécie de túnel ao nosso redor.

Chamadas de "Espora Polar Norte" e "Região do Leque", essas estruturas são conhecidas desde a década de 1960, mas esta é a primeira vez que elas são estudadas como uma unidade, e não como dois arranjos individuais. Feitas de partículas carregadas e um campo magnético, elas parecem longas cordas que medem cerca de 1 mil anos-luz — e estão a 350 anos-luz de distância de nós. 

Especialista em campos magnéticos da Via Láctea, West tem analisado essas estruturas por 15 anos. Nesse período, ela criou um modelo computacional que, baseado em emissões de rádio, dá uma nova visão do comportamento desses corpos magnéticos no espaço. Essa nova perspectiva, aliada a estudos anteriores e dados de telescópio atualizados, ajudou West e sua equipe a compreender a existência desse "túnel magnético" que cerca nossa região da galáxia.

“Campos magnéticos não existem isoladamente”, explica West, em comunicado à imprensa. “Todos eles devem se conectar uns aos outros. Portanto, o próximo passo é entender melhor como este campo magnético local se conecta tanto ao campo magnético galáctico de maior escala, quanto aos campos magnéticos de menor escala do nosso Sol e da Terra.”

Para a pesquisadora, sua proposta traz um conceito inovador tanto para a comunidade científica como para o público geral. “É simplesmente incrível imaginar que essas estruturas estão em toda parte, sempre que olhamos para o céu noturno.”