• Redação Galileu
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Leão Xanda (Foto: Bert Du Plessis)

Leão Xanda (Foto: Bert Du Plessis)

O governo dos Estados Unidos acaba de mudar suas regras e autorizar a importação de presas de elefante, peles de leão e outros ‘troféus de caça’ adquiridos em países africanos. Agora, para que um cidadão norte-americano possua algum desses artefatos, ele deverá ter aprovação prévia do governo.

Em 2014, durante o governo de Barack Obama, a importação das ‘conquistas’ de caças feitas em outros país foi proibida. O seu sucessor, Donald Trump, havia dito que tomaria a mesma medida. Porém, as novas regras liberadas pelo Serviço de Pesca e Vida Selvagem norte-americano contradizem o presidente.

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Por meio de um comunicado, o Serviço de Pesca e Vida Selvagem revela que cada importação será avaliada e concedida individualmente, e não mais estabelecida de país a país, como era feita antes.

Sobre o assunto, a Lei de Espécies Ameaçadas Especiais dos Estados Unidos acredita que, para que os artefatos resultantes da caça sejam aprovados, o país exportador deve demonstrar que a prática da caça aumenta a sobrevivência de determinada espécie na natureza – utilizando o dinheiro obtido com a venda da caça para a conservação das espécies locais, por exemplo.

Agora, a importação e autorização de troféus de caças feitas nos países africanos de Zimbabué, Zâmbia, Tanzânia, África do Sul, Botswana e Namíbia poderão ser considerados para entrar no país norte-americano.

Controvérsias
A medida é polêmica. Por um lado, as associações de direitos animais se posicionam contrariamente às novas leis, enquanto organizações de caçadores acreditam que a prática de caça é benéfica.

É o caso do grupo do Safari Club International, que alega que os custos de realizar um safari pelos países africanos são elevados, de forma que esse dinheiro pode beneficiar a população a conseguir fundos para apostar na conservação local.

“A única razão para ainda haver vida selvagem no Zimbábue hoje é por conta da caça e da quantidade de dinheiro que ela traz para cá. Estou no lado da conservação, mas eu utilizava os recursos que ganhava com os caçadores e com os troféus de caça para manejar a conservação”, afirmou um dos diretores de um parque de caça ao jornal The New York Times.

A nova medida ainda deve passar pelo crivo de um tribunal superior nos Estados Unidos. 

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