• Larissa Lopes
Atualizado em
Expedição divulga imagens de reparação do Rio Doce após tragédia em Mariana (Foto: Reprodução)

Expedição divulga imagens de reparação do Rio Doce após tragédia em Mariana (Foto: Reprodução)

Entre novembro de 2020 e janeiro de 2021, pesquisadores da Fundação Renova realizaram um dos maiores mapeamentos de bacias hidrográficas do mundo. Durante 55 dias, a Expedição Rio Doce percorreu cerca de 600 quilômetros entre as cidades de Mariana, em Minas Gerais, e Linhares, no Espírito Santo, para documentar a recuperação do Rio Doce após o rompimento da barragem do “Fundão”, que detinha rejeitos de mineração.

No site da iniciativa, o visitante consegue navegar virtualmente sobre o rio e ter uma visão de 360º dos arredores da bacia, graças a recursos do Google Street View. As imagens foram captadas por um equipamento que flutua pelas águas, diminuindo a trepidação da imagem e melhorando a qualidade das fotos.

“Percorremos a região por terra, por água e por ar e pudemos identificar como estão as condições da biodiversidade do ecossistema ao longo de toda a bacia hidrográfica do Rio Doce”, conta Juliana Bedoia, gerente socioambiental da Fundação Renova, em coletiva de imprensa virtual realizada nesta quarta-feira (14).

Imagens do Rio Doce foram captadas pelo equipamento Hovercraft, que diminui a trepidação das fotografias e aumenta sua resolução. Acima: ferramenta sendo utilizada no Rio Galaxo do Norte, também afetado pela Tragédia de Mariana (Foto: Reprodução)

Imagens do Rio Doce foram captadas pelo equipamento Hovercraft, que diminui a trepidação das fotografias e aumenta sua resolução. Acima: ferramenta sendo utilizada no Rio Galaxo do Norte, também afetado pela Tragédia de Mariana (Foto: Reprodução)

Além disso, também estão disponíveis vídeos sobre pessoas que dependem da região para sua sobrevivência e de projetos de preservação ambiental que atuam por lá. Há ainda galerias de fotos da fauna e flora locais. Mais de 1,5 milhão de imagens foram captadas durante a expedição, que tinha o objetivo de disseminar informação e trazer transparência para as ações de reparação do Rio Doce.

No site da expedição também é possível ter acesso ao portal do Programa de Monitoramento Quali-quantitativo Sistemático de Água e Sedimento (PMQQS), projeto desenvolvido pela Fundação Renova em conjunto com a Agência Nacional de Água (ANA), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e órgãos de gestão de recursos hídricos dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo. A plataforma reúne dados sobre a qualidade de água da bacia hidrográfica coletados entre agosto de 2017 e janeiro de 2021.

Agora é possível percorrer o Rio Doce pelo Google Street View (Foto: Reprodução)

Agora é possível percorrer o Rio Doce pelo Google Street View (Foto: Reprodução)

“A partir dos resultados de quase quatro anos de monitoramento, podemos constatar que, ao longo do tempo, os parâmetros já estão retomando as concentrações observadas antes do rompimento da barragem — e isso demonstra uma efetividade das ações de recuperação do Rio Doce que temos implementado”, comemora Brígida Maioli, coordenadora dos programas de monitoramento da água da Fundação Renova.

Para tornar esses dados mais acessíveis ao público, os pesquisadores também estão disponibilizando o Boletim das Águas. Atualizações sobre os rios Gualaxo do Norte, Carmo e Doce são publicadas mensalmente e edições sobre as lagoas, os estuários e a zona costeira são divulgadas a cada três meses. Acesse todas as iniciativas no site da Expedição Rio Doce.