Saúde
Pessoas que pararam de fumar são mais propensas à depressão, conclui estudo
Ex-fumantes também têm a tendência de trocar o cigarro por outros vícios, como compulsão alimentar e uso de maconha
2 min de leituraNão é segredo para ninguém que cigarros fazem mal para a saúde. A tendência, portanto, é que muitas pessoas tentem parar de fumar. No entanto, segundo um novo estudo publicado no periódico American Journal of Preventive Medicine, quem largou o vício em nicotina tem maior probabilidade de desenvolver depressão ou substituir o tabagismo por outros hábitos.
Para o trabalho, os estudiosos retiraram dados da Pesquisa Nacional sobre Uso e Saúde de Drogas, um estudo realizado entre 2002 a 2016, com ex-fumantes maiores de 18 anos e que incluiu mais de 67 mil pessoas nos Estados Unidos.
Entre o início e o final da análise, a taxa de depressão entre os que costumavam fumar aumentou de 4,88% para 6,04%; os casos de compulsão alimentar cresceram de 17,22% para 22,33%; e uso da maconha dobrou, de 5,35% para 10,09%.
"É uma boa notícia que, como os esforços de controle do tabaco foram bem-sucedidos na redução do tabagismo, a proporção de ex-fumantes na população dos EUA está aumentando. No entanto, como nosso estudo demonstra, muitos deles agora sofrem de depressão e se envolvem no uso problemático de substâncias", diz a pesquisadora principal Renee D. Goodwin em um comunicado.
Os resultados também evidenciam que o perfil dos ex-fumantes mudou ao longo do estudo. Uma porcentagem crescente da população norte-americana que já foi fumante não fuma mais (49,7% em 2016 contra 44,4% em 2002). Além disso, ex-fumantes têm uma probabilidade ligeiramente maior de serem homens do que mulheres, casados e de etnia branca não hispânica. Já em 2002, os ex-fumantes eram principalmente maiores de 65 anos, solteiros, com educação superior e renda maior de US$ 75 mil por ano.
Os fatores que podem ter afetado os resultados, segundo os pesquisadores, são a crescente legalização da cannabis,. No entanto, os experts observam que, quando ex-fumantes usam maconha, as chances de voltar para o tabaco são maiores.
Para Goodwin, os resultados devem influenciar nas decisões políticas em andamento sobre controle do tabaco, com campanhas claras sobre os riscos da abstinência e como fazê-la de um modo seguro – sem trocar um vício por outro.
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