• Redação Galileu
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Tratamento precoce pode evitar transmissão de HIV de mãe para bebê (Foto: Solen Feyissa/Unsplash)

Tratamento precoce pode evitar transmissão de HIV de mãe para bebê (Foto: Solen Feyissa/Unsplash)

Uma pesquisa desenvolvida pelo Instituto Karolinska, na Suécia, sugere que o tratamento antiviral para HIV pode ser eficaz em prevenir que o vírus seja transmitido da mãe para o bebê durante a gravidez. O estudo foi publicado no último dia 11 de fevereiro na revista The Lancet HIV.  

Há pouco mais de oito anos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou uma série de recomendações, o programa Opção B+, para garantir prevenção e tratamento contra o HIV na gestação e depois do parto em países de baixa e média renda. A iniciativa indica que as grávidas infectadas comecem a tomar uma série de medicamentos o mais cedo possível, sendo que o tratamento deve continuar pela vida toda. Essa intervenção pode fornecer proteção contra um agravamento da doença na mulher e a transmissão para seus filhos e parceiros.

Porém, são poucas as pesquisas sobre como o tratamento afeta os níveis virais de longo prazo em mulheres gestantes com HIV em países mais pobres. O novo estudo foi realizado na cidade de Dar es Salaam, na Tanzânia. Segundo o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), 4,8% das pessoas entre 15 e 49 anos do país africano vivem com o vírus causador da aids. Isso representa 1,7 milhão de indivíduos. 

Para o estudo, foram coletadas amostras sanguíneas de mais de 10 mil gestantes com HIV de Dar es Salaam que tinham iniciado o tratamento por meio do Opção B+. Entre outubro de 2014 e setembro de 2016, período do levantamento de dados, 5,9% das grávidas da cidade começando o pré-natal eram HIV positivas. Do total de participantes, um terço já estava num estágio avançado da infecção. 

As mulheres foram acompanhadas até março de 2019. Os resultados mostraram que cerca de 90% das gestantes mantiveram suprimidos os níveis virais até quatro anos após o início do tratamento. Isso indica que é, sim, possível reduzir — ou mesmo eliminar — a transmissão vertical do HIV.

Mas a análise também revela pontos de atenção para atingir esse objetivo. “Os resultados apontam para alguns outros desafios importantes quando se trata de obter todos os benefícios de longo prazo do Opção B +. Com se concentrar, por exemplo, em certos subgrupos de mulheres, a exeplo de mães jovens, mães que começam o atendimento pré-natal tarde durante a gravidez e mães com HIV avançado", comenta Goodluck Lyatuu, médico e o primeiro autor do estudo, em nota.