• Redação Galileu
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 Programa Nacional de Imunizações foi institucionalizado no Brasil em 1975 (Foto: Prefeitura de Cotia )

Programa Nacional de Imunizações foi institucionalizado no Brasil em 1975 (Foto: Prefeitura de Cotia )

Nesta sexta-feira (7), completaram seis meses desde que o Brasil segue sem chefe à frente do Programa Nacional de Imunizações (PNI). O órgão do Ministério da Saúde se encarrega da vacinação dos brasileiros desde que foi institucionalizado em 1975.






No dia 7 de julho de 2021, Franciele Fontana, então coordenadora do PNI, deixou seu cargo, que ainda não foi ocupado. Sem previsão para uma nomeação definitiva, agora o órgão conta apenas com a servidora substituta, Greice Ikeda, conforme comunicado no Diário Oficial da União.

O programa

A falta de chefe ocorre em um contexto crítico da pandemia de Covid-19, com a ameaça da variante Ômicron do coronavírus. Vale lembrar que o PNI foi essencial em muitos outros cenários preocupantes no passado, ao eliminar a circulação da rubéola e diminuir casos e mortes por doenças imunopreveníveis, como difteria, coqueluche e tétano.

De acordo com o Ministério da Saúde, o PNI tem vacinas contra mais de 30 doenças e fornece cerca de 300 milhões de doses todos os anos, com aproximadamente 38 mil salas de vacinação no território nacional.

Além disso, desde o início da pandemia e graças ao programa, o Brasil tem mais de 161 milhões de vacinados contra a Covid-19. Deste total, 143,9 milhões receberam a segunda dose, o que representa 67,48% da população com a imunização de duas doses contra o coronavírus.

Importância ao longo da história

O PNI foi formulado pelo Ministério da Saúde após o êxito de campanhas de vacinação contra a varíola na década de 1960. O programa foi aprovado em reunião em Brasília no ano de 1973 e acabou sendo institucionalizado em 1975, por conta do sucesso da experiência anterior.

Ensaio clínico israelense irá testar a quarta dose da vacina da Pfizer contra a Covid-19 (Foto:  Prefeitura Municipal de Indaiatuba)

Programa Nacional de Imunizações contribuiu para erradicar a varíola e a poliomelite (Foto: Prefeitura Municipal de Indaiatuba)

No início, o programa tinha caráter episódico e reduzida área de cobertura — mas foi se expandindo. Na década de 1980 ocorreu a 1ª Campanha Nacional De Vacinação Contra A Poliomielite, com a meta de vacinar todas as crianças menores de 5 anos em um só dia. Segundo o Ministério da Saúde, o último caso da doença no Brasil ocorreu na Paraíba em março de 1989.

Em setembro de 1994, o país foi reconhecido pela Comissão Internacional para a Certificação da Ausência de Circulação Autóctone do Poliovírus Selvagem nas Américas, garantindo a erradicação da doença no continente americano.

A partir dos anos 2000, as coberturas vacinais permaneceram elevadas e muitas doenças tiveram redução de casos, como a febre amarela e o sarampo. Isso fez com que algumas pessoas não reconhecessem mais o perigo delas e ocasionou a redução da vacinação, trazendo preocupações reforçadas mais tarde por movimentos antivacina e fake news.

Importância para as crianças

A vacinação pelo PNI contribuiu ao longo dos anos para diminuir os índices de mortalidade infantil no Brasil. Em crianças com menos de 5 anos, a imunização diminuiu os casos de doenças imunopreveníveis, como meningites por meningococo, difteria, tétano neonatal etc.






Segundo a Fundação Oswaldo Cruz, o índice de mortalidade de crianças caiu 77% no Brasil em 22 anos. A taxa anterior, de 62 mortes a cada mil nascidos vivos, diminuiu para 14 óbitos por mil nascidos vivos, conforme relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).