• Redação Galileu
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Excesso de 14,9 milhões de mortes entre 2020 e 2021 está associado à pandemia, diz OMS (Foto: Davide Ragusa/ Unsplash)

Excesso de 14,9 milhões de mortes entre 2020 e 2021 está associado à pandemia, diz OMS (Foto: Davide Ragusa/ Unsplash)

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou nesta quinta-feira (5) novas estimativas que mostram o número total de mortes associadas direta ou indiretamente à pandemia de Covid-19, descrito como “mortalidade excessiva”. Os dados foram coletados entre 1º de janeiro de 2020 e 31 de dezembro de 2021, e o cálculo totalizou aproximadamente 14,9 milhões de mortes excessivas.

O excesso de mortalidade é calculado como a diferença entre o número de mortes que ocorreram e o número que seria esperado na ausência da pandemia com base em dados de anos anteriores. Isso inclui mortes associadas ao Covid-19 de maneira direta, ou seja, devido à doença, ou indiretamente, devido ao impacto da pandemia nos sistemas de saúde e na sociedade.

As mortes ligadas indiretamente ao Covid-19 são atribuíveis a outras condições de saúde para as quais as pessoas não tiveram acesso à prevenção e tratamento por conta da sobrecarga dos sistemas de saúde na pandemia. A estimativa também levou em conta as mortes evitadas durante a pandemia devido aos menores riscos de determinados eventos durante os lockdowns, como acidentes automobilísticos ou acidentes de trabalho,

“Esses dados preocupantes não apenas apontam para o impacto da pandemia, mas também para a necessidade de todos os países investirem em sistemas de saúde mais resilientes que possam sustentar serviços essenciais de saúde durante crises, incluindo sistemas de informação de saúde mais fortes”, alerta Tedros Ghebreyesus, Diretor-Geral da OMS, em comunicado.

A maioria das mortes em excesso, 84%, está concentrada no Sudeste Asiático, Europa e Américas, e cerca de 68% do excesso de mortes estão concentrados em apenas 10 países em todo o mundo. Além disso, os dados confirmaram que o número global de mortes foi maior para homens do que para mulheres (57% do sexo masculino, 43% do sexo feminino) e maior entre os idosos.

A coleta e produção desses dados é resultado de uma colaboração global apoiada pelo trabalho do Grupo Técnico Consultivo para Avaliação de Mortalidade Covid-19, composto por muitos dos principais especialistas do mundo, que desenvolveram uma metodologia inovadora para gerar estimativas de mortalidade comparáveis, mesmo quando os dados estão incompletos ou indisponíveis.

“Os dados são a base do nosso trabalho diário para promover a saúde, manter o mundo seguro e servir os vulneráveis. Sabemos onde estão as lacunas de dados e devemos intensificar coletivamente nosso apoio aos países, para que cada país tenha a capacidade de rastrear surtos em tempo real, garantir a prestação de serviços essenciais de saúde e proteger a saúde da população”, disse Ibrahima Socé Fall, Diretor-Geral Adjunto para Resposta a Emergências, em comunicado.