• Marilia Marasciulo
Atualizado em
Laboratório (Foto: Pixabay)

(Foto: Pixabay)

Um preconceito persistente continua a influenciar o número de bolsas concedidas a minorias pelo principal sistema de financiamento de pesquisas biomédicas norte-americano, o US National Institutes of Health.

Dados obtidos por dois pesquisadores da Universidade da Califórnia mostram que, desde 1985, as chances de conseguir subsídios são menores para negros, asiáticos, índios e mulheres do que para cientistas brancos.

Como resposta, o NIH lançou em 2012 um projeto para treinar mais cientistas que representam minorias. Com duração prevista para dez anos, a agência pretende investir US$ 500 milhões. “Um dos problemas é que o processo é baseado em um sistema em que pesquisadores ranqueiam as pesquisas que merecem ser financiadas”, diz Sam Oh, um dos autores do estudo. “Mas como é um sistema feito por humanos, é suscetível a erros e a preconceito.”

Leia mais:
+ 10 grandes mulheres da ciência
+ Prêmio Jovem Cientista está com inscrições abertas

Essa realidade impacta não apenas nas instituições acadêmicas. Estudo realizado pela revista Harvard Business Review indica que as mulheres compõem 41% dos empregos ligados a tecnologia e ciência nos Estados Unidos. No entanto, 52% delas abandonam a área —  o ambiente machista é um dos principais fatores que as levam a desistir de seus empregos.

No Brasil, não é diferente. Uma pesquisa realizada com exclusividade pela GALILEU em 2015 aponta que, nas maiores universidades do Brasil, o número de alunas na graduação é maior que o número de mulheres no corpo docente — o que sugere que essas alunas desistem em algum ponto entre a graduação e o doutorado. Na área de biologia, elas representam 61% dos alunos e 44% do total de docentes. Na física, são 21% dos estudantes e 16% dos professores, e na química são 56% dos alunos e apenas 37% dos docentes.

Curte o conteúdo da GALILEU? Tem mais de onde ele veio: baixe o app Globo Mais para ver reportagens exclusivas e ficar por dentro de todas as publicações da Editora Globo. Você também pode assinar a revista, por R$ 4,90 e baixar o app da GALILEU.