• Redação Galileu
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O toque tem mais a ver com a memória do que se acreditava, mostra estudo de pesquisadores da Alemanha (Foto: Pixabay)

O toque tem mais a ver com a memória do que se acreditava, mostra estudo de pesquisadores da Alemanha (Foto: Pixabay)

A relação entre o tato e a memória pode ser surpreendente. Foi isso que um grupo de pesquisadores da Universidade de Regensburg, na Alemanha, descobriu e relatou em estudo publicado no periódico científico Psychological Sciences

A partir de dois experimentos, os cientistas chegaram à conclusão que tendemos a memorizar objetos após tocarmos neles, mesmo que esse não seja nosso objetivo.

Na primeira experiência, os participantes foram vendados e incentivamos a tocar 168 objetos diferentes que usamos no dia a dia. A instrução era de que eles deveriam prestar atenção a aspectos como textura, formato e peso de cada objeto, pois seriam questionados sobre o assunto no fim do teste.

Na etapa seguinte, metade dos objetos em questão foram exibidos ao lado de outros parecidos e os participantes, já sem as vendas, tiveram que apontar quais foram os que tocaram ao longo do experimento. O mesmo foi feito com o grupo e a outra metade dos objetos uma semana depois da experiência.

Na primeira fase, os participantes acertaram quais eram os objetos corretos em 94% da vezes e, na segunda, em 84%.

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A abordagem foi diferente no segundo experimento: um novo grupo vendado explorou os 168 objetos, mas dessa vez sem saber que seria questionado sobre eles depois, apenas que deveria dar notas baseadas em textura, formato e peso de cada um.

Uma semana depois, os participantes foram chamados para um teste surpresa com o objetivo de descobrir quantos deles conseguiriam reconhecer os objetos tocados anteriormente. O grupo teve que identificar metade dos objetos usando vendas e a outra metade sem elas. Os resultados foram considerados positivos: houve uma média de 79% de acertos na fase com vendas e 73% na seguinte, baseada apenas na aparência dos materiais.

"Os resultados sugerem que a mente humana guarda representações detalhadas e duradouras de várias experiências perceptivas, incluindo as táteis, automaticamente", afirmou o cientista Fabian Hutmacher da Universidade de Regensburg, em comunicado. "Queríamos explorar a ideia de que armazenar tanta informação poderia ser funcional por guiar nosso comportamento e contribuir para nossa percepção sem ser uma experiência consciente." E conseguiram.

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