• Redação Galileu
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Peça de cerâmica grega (Foto: Wikimedia Commons)

Peça de cerâmica grega (Foto: Wikimedia Commons)

Há mais ou menos 3 mil anos, trabalhar com cerâmica na Grécia Antiga era um privilégio dos homens. Uma descoberta recente, entretanto, sugere que uma única mulher da ilha de Creta quebrou os moldes (com o perdão do trocadilho) para se tornar a primeira e única oleira conhecida da Antiguidade.

A ceramista viveu entre 900 a.C e 650 a.C, e foi enterrada com cerca de 50 anos na cidade de Eleuterna, no Monte Ida, onde segundo a lenda está a caverna em que Zeus nasceu. Ao analisar seus ossos, arquelogistas notaram detalhes intrigantes: comparada às outras mulheres enterradas no local, ela era musculosa, especialmente no lado direito do corpo.

Ela também tinha as cartilagens dos joelhos e quadris gastas, o que deixou os pesquisadores curiosos. Eles então analisaram a biomecânica por trás das diferentes atividades das mulheres da antiguidade, como lavar roupas, assar pães e tecelagem. Nenhum movimento correspondia. Ao expandir a busca para além dos papéis tradicionais femininos para a época, resolveram testar a olaria.

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Por ironia do destino, uma mulher de Eleuterna concordou em servir como modelo para os cientistas. Eles estudaram seus músculos enquanto ela trabalhavam e se convenceram de ter encontrado a profissão da antiga artesã. Em uma conferência realizada na cidade de Creta, eles reconheceram que sua devoção ao trabalho provavelmente significava que ela era uma mestre no ofício, abrindo o caminho para a tradição de olaria que perdura em Creta até hoje.

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