• Redação Galileu
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Reconstrução facial do marinheiro John Gregory, cujos restos mortais foram identificados por meio de uma análise de DNA  (Foto: Diana Trepkov / Universidade de Waterloo)

Reconstrução facial do marinheiro John Gregory, cujos restos mortais foram identificados por meio de uma análise de DNA (Foto: Diana Trepkov / Universidade de Waterloo)

Restos mortais do subtenente britânico John Gregory, que morreu durante a famosa Expedição Franklin, em 1845, foram identificados por meio de análises de DNA. É a primeira vez que resquícios de um membro da jornada malfadada no século 19 são oficialmente reconhecidos.

O estudo de DNA, publicado em 28 de abril no jornal científico Polar Record,  foi conduzido por quatro pesquisadores da Universidade de Waterloo, Lakehead University e da Trent University, no Canadá.

Os cientistas extraíram o material genético de dentes e ossos encontrados em 2013 e o compararam com uma amostra obtida de um descendente do marinheiro morto na embarcação HMS Erebus.







"Ter os restos mortais de John Gregory, sendo ele o primeiro a ser identificado por meio de análise genética, é incrível para nossa família, bem como para todos os interessados ​​na expedição malfadada de Franklin", disse Jonathan Gregory, tataraneto do explorador britânico, em comunicado.

Os restos de Gregory foram localizados em 1859, na Ilha King William, no território canadense de Nunavut. Ele é um dos três membros da expedição cujos remanescentes estavam na região, de acordo com os pesquisadores. 

Cena da série The Terror, que retrata a Expedição Franklin, que ocorreu no século 19  (Foto: Divulgação/AMC)

Cena da série The Terror, que retrata a Expedição Franklin, que ocorreu no século 19 (Foto: Divulgação/AMC)

No total, a aventura reunia 129 marinheiros em dois navios – o segundo barco se chamava HMS Terror. A missão, que era liderada pelo capitão John Franklin, estava tentando navegar e mapear a Passagem Noroeste, um trecho marítimo desconhecido.

Os dois navios da empreitada desapareceram misteriosamente, mas uma hipótese para explicar o que ocorreu foi que as embarcações ficaram presas no gelo, matando tripulantes de hipotermia, doenças e fome.

De acordo com Robert Park, professor de antropologia que participou da pesquisa, a identificação de Gregory prova que ele suportou três anos preso no gelo a bordo do HMS Erebus até alcançar seu triste fim.







Em abril de 1848, 105 sobreviventes abandonaram seus navios em uma tentativa de fuga desesperada, mas nenhum deles sobreviveu. Até hoje, o DNA de possíveis 26 membros da expedição foram coletados em nove sítios localizados ao longo da rota traçada pelos veículos marítimos.

"A análise desses vestígios também rendeu outras informações importantes sobre esses indivíduos, incluindo sua idade estimada de morte, estatura e saúde", conta Anne Keenleyside, coautora do estudo, embora os pesquisadores ainda não saibam a identidade dos 26 restos mortais.