• Marília Marasciulo
Atualizado em
5 sociedades alternativas que desafiam o modelo econômico dominante (Foto: Ilustração: Luli Tolentino )

5 sociedades alternativas que desafiam o modelo econômico dominante (Foto: Ilustração: Luli Tolentino )

Com a exaustão dos recursos naturais do planeta e as progressivas crises econômicas e sociais, está cada vez mais urgente pensar em novas maneiras de organização e de saídas para evitar um possível "fim do mundo" como o conhecemos. 

Um exemplo é o método inclusivo de gestão pública chamado Orçamento Participativo de Porto Alegre, reconhecido internacionalmente como uma iniciativa com potencial de transformação social e ambiental.

Saiba mais sobre esse e outros formatos alternativos de organização social, política e econômica:

1. Take Back Your Time

O escritor, professor e documentarista estadunidense John de Graaf é um dos criadores do movimento Take Back Your Time (“Recupere seu tempo”), que advoga por uma mudança global na cultura de trabalho para que as pessoas possam dedicar mais tempo a viver de forma saudável. O movimento acredita que reduzir a carga horária e aumentar o tempo de férias ajuda tanto a distribuir melhor a produtividade quanto a reduzir o estresse dos trabalhadores. E, com mais tempo livre, as pessoas conseguem fazer escolhas mais sustentáveis para elas e suas comunidades.

2. Dancing Rabbit

Ecovila Dancing Rabbit (Foto: Dancing Rabbit/ Facebook)

Ecovila Dancing Rabbit (Foto: Dancing Rabbit/ Facebook)

Localizada no estado de Missouri (EUA), a comunidade Dancing Rabbit foi inaugurada em 1997 quando um grupo de vizinhos comprou um terreno de 113 hectares para construir uma ecovila 100% sustentável. De lá para cá, a comunidade chegou a 60 habitantes, que cultivam a própria comida e preparam as refeições juntos. E o projeto das moradias também deve seguir regras de sustentabilidade para design, materiais e técnicas utilizadas. A Dancing Rabbit planeja crescer para até 1 mil habitantes.

3. Banco Do Tempo

O Banco do Tempo foi criado para se contrapor ao sistema monetário como único meio de troca de produtos e serviços. É um sistema de economia solidária que funciona de maneira simples: troca-se tempo por tempo; todas as horas, independentemente da atividade exercida, têm o mesmo valor. O Banco do Tempo é estruturado em agências que centralizam a demanda e a oferta. Quem presta serviços recebe como pagamento um cheque correspondente às horas trabalhadas, que pode ser descontado em qualquer outro tipo de serviço.

4. Orçamento Participativo

Sessão de assembléia do Orçamento Participativo de Porto Alegre (Foto: Flávio Dutra/ UFRGS )

Sessão de assembléia do Orçamento Participativo de Porto Alegre (Foto: Flávio Dutra/ UFRGS )

Considerado pelo sociólogo Eric Olin Wright um exemplo de iniciativa com potencial de transformação social e ambiental, o Orçamento Participativo de Porto Alegre foi criado em 1989. Seu objetivo é permitir que a própria população da capital gaúcha decida, de forma direta, a destinação dos recursos públicos a serem executados pela administração municipal. Funciona por meio de reuniões preparatórias e assembleias, em que são eleitos conselheiros e delegados que representam os cidadãos em fóruns regionais e temáticos. O programa é considerado pela ONU uma das 40 melhores práticas de gestão pública do mundo.

5. Movimento Pelo Decrescimento

Os ativistas da ideia de decrescimento (degrowth) criticam o sistema capitalista atual, que busca o crescimento econômico às custas da exploração humana e da natureza. Em contraponto, propõem a priorização do bem-estar social e ambiental em detrimento aos lucros das corporações, à superprodução e ao consumo excessivo – medidas que afetariam diretamente indicadores como o PIB dos países. Atualmente, o movimento se organiza em eventos e produções acadêmicas que discutem a problemática e as soluções dentro do conceito de decrescer.