• Redação Galileu
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Empresa quer aplicar a técnica de edição genética CRISPR para trazer mamute-lanudo de volta à vida (Foto: Colossal Laboratories & Biosciences)

Empresa quer aplicar a técnica de edição genética CRISPR para trazer mamute-lanudo de volta à vida (Foto: Colossal Laboratories & Biosciences)

O mamute-lanudo (Mammuthus primigenius) foi um grande mamífero herbívoro que viveu no Pleistoceno e está extinto há cerca de 4 mil anos. Mas a espécie pré-histórica pode "voltar a viver" nas tundras do Ártico graças a um ambicioso projeto da empresa norte-americana Colossal, anunciado na segunda-feira (13).






A companhia de biociência planeja utilizar a técnica de edição genética CRISPR para inserir sequências de DNA extraídas de fósseis e pelos de mamutes-lanosos no genoma de elefantes-asiáticos (Elephas maximus). O resultado será um animal híbrido de elefante com mamute.

O procedimento é possível porque os elefantes-asiáticos têm DNA 99,6% semelhante ao dos mamíferos extintos, de acordo com a empresa. A expectativa é que restaurar os mamutes-lanosos no Ártico ajude a revitalizar as pastagens geladas de lá. Essa vegetação é muito importante contra a crise climática, pois absorve gases como carbono e metano, que estão entre os responsáveis pelo efeito estufa.

Mas a Colossal também pretende restaurar outros ecossistemas da Terra, ao aplicar a técnica CRISPR para ressuscitar mais espécies extintas. A ideia é colaborar com conservacionistas da vida selvagem para conter e até mesmo desacelerar os efeitos das mudanças climáticas nos seres vivos. 

Empresa lançada pelo geneticista George Church quer ressuscitar espécies extintas por meio de biotecnologia (Foto: Colossal Laboratories & Biosciences)

Empresa lançada pelo geneticista George Church quer ressuscitar espécies extintas por meio de biotecnologia (Foto: Colossal Laboratories & Biosciences)

A companhia tem como fundador Ben Lamm, empresário emergente no ramo da tecnologia. Seu cofundador, por sua vez, é o famoso geneticista George Church, professor na Universidade Harvard, nos Estados Unidos. Ao todo, a Colossal já recebeu de seus investidores US$ 15 milhões para a pesquisa de edição genética, segundo a Agência France-Presse (AFP).

“Além de trazer de volta espécies extintas antigas como o mamute-lanoso, poderemos alavancar nossas tecnologias para ajudar a preservar espécies criticamente ameaçadas de extinção que estão à beira do declínio e restaurar animais cuja morte foi causada pela humanidade”, afirma Lamm, em comunicado da empresa.






Por outro lado, alguns pesquisadores se preocupam com os possíveis riscos de trazer espécies extintas de volta à vida. “Muitos problemas surgirão desse processo", contrapõe a paleogeneticista Beth Shapiro, ao jornal The New York Times. "As considerações éticas precisam abordar o equilíbrio entre dano/benefício em relação aos indivíduos envolvidos", tuitou Tori Herridge, bióloga e paleontóloga do Museu de História Natural de Londres.