Arqueologia

Por Redação Galileu

Um colar com pelo menos 30 pingentes e contas foi encontrado na Inglaterra, em um túmulo de uma mulher da elite da Idade Média. Divulgado nesta quarta-feira (7), o achado de importância internacional foi realizado por arqueólogos do Museu de Arqueologia de Londres (MOLA).

A cova foi descoberta em Northamptonshire durante escavações apoiadas pelo grupo RPS à frente de um empreendimento habitacional. A empresa informou em comunicado que o túmulo seria o mais significativo enterro feminino do início do período medieval já descoberto na Grã-Bretanha.

O colar, datado de 630 a 670 d.C., é o mais rico de seu tipo já descoberto na área do Reino Unido. Alguns de seus ornamentos são feitos de moedas romanas, ouro, rochas granadas, vidro e pedras semipreciosas. Um pingente retangular com motivo de cruz forma a peça central do objeto.

Além do colar de 1,3 mil anos, havia no enterro feminino outros objetos funerários intrigantes que ainda estão sendo investigados. A coleção de achados foi apelidada de “Tesouro Harpole”, com base no nome de uma paróquia local.

Colar de 1,3 mil anos descoberto em Northamptonshire, na Inglaterra — Foto: MOLA/Hugh Gatt
Colar de 1,3 mil anos descoberto em Northamptonshire, na Inglaterra — Foto: MOLA/Hugh Gatt

O túmulo da mulher, cujo esqueleto se decompôs por completo (com exceção de pequenos fragmentos de esmalte dentário), continha dois potes decorados e um prato raso de cobre. Outra descoberta foi uma cruz com representações de rostos humanos fundidos em prata, revelada por raios-x tirados de blocos de solo.

Segundo os pesquisadores, a cruz sugere que a falecida pode ter sido uma das primeiras líderes cristãs, embora os blocos de solo ainda estejam sendo micro-escavados pelos conservadores do MOLA. A combinação dos bens funerários também é sinal de que ela era uma mulher de alto status, como uma abadessa, realeza — ou talvez até ambas.

Colar de 1,3 mil anos sendo escavado na Grã-Bretanha — Foto: MOLA
Colar de 1,3 mil anos sendo escavado na Grã-Bretanha — Foto: MOLA

Levente-Bence Balázs, supervisor do sítio do MOLA e líder da equipe de 5 pessoas que realizou a descoberta, conta que quando o grupo enxergou reflexos de ouro emergindo do solo, sabia que estava diante de algo significativo.

“No entanto, não percebemos o quão especial isso seria”, admite Balázs. “Temos a sorte de poder usar métodos modernos de análise nas descobertas e no enterro circundante para obter uma visão muito mais profunda da vida dessa pessoa e de seus ritos finais.”

Mulher do início da Idade Média pode ter sido uma das primeiras líderes cristãs  — Foto: MOLA/Hugh Gatt
Mulher do início da Idade Média pode ter sido uma das primeiras líderes cristãs — Foto: MOLA/Hugh Gatt

Os conservadores continuam a examinar os achados, registrando também vestígios de restos orgânicos do enterro e na superfície dos artefatos. A análise pode detectar resíduos que mostram como os itens foram usados ​​em vida ou no ritual funerário, indicando também restos de móveis, dado ser possível que a mulher tenha sido colocada em uma cama dentro do túmulo.

Apesar dos indícios de elite no enterro, a área ao redor de onde a possível líder religiosa foi enterrada era completamente normal. Um outro enterro estava nas proximidades, mas não continha nenhum bem funerário de alto status nem foi datado com exatidão.

Daniel Oliver, Diretor Técnico Regional da Vistry West Midlands, garante que os artefatos de importância internacional serão “doados à nação e quaisquer direitos sobre o tesouro foram renunciados”.

“Esta é uma descoberta empolgante que lançará uma luz considerável sobre a importância de Northamptonshire no período saxão”, comenta Liz Mordue, Conselheira Arqueológica do Conselho de North Northamptonshire. “Também serve como um lembrete da importância da arqueologia no processo de planejamento e desenvolvimento”.

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