Arqueologia

Por Redação Galileu

Uma nova análise do Instituto Nacional de Antropologia e História do México (INAH) revelou que uma coleção de objetos encontrados próximos da capital do país provavelmente fazia parte de um acampamento sazonal de caçadores-coletores. Datados da Era do Gelo, a descoberta revelou ferramentas de pedra, ossos de peixes e presas de mamute, dando novos indícios de como era a interação humana com a megafauna há cerca de 9 mil anos.

Há milênios atrás, a região que hoje abrange a Cidade do México, era dominada pelo Lago Texcoco. A grande formação hídrica natural estava localizada próxima da antiga capital do império asteca, Tenochtitlan, e hoje guarda em seu subsolo tesouros arqueológicos.

Os objetos reavaliados pelo INAH foram encontrados na década de 1950, em Santa Isabel Ixtapan, uma cidade a 40 quilômetros da capital onde, outrora, estavam as margens norte do Lago Texcoco. No local, os arqueólogos escavaram dois conjuntos de restos de mamute colombiano a apenas 250 metros um do outro, além de três ferramentas de pedra que apresentavam sinais de uso.

Os mamutes lanosos aderiram às latitudes mais ao norte do planeta, mas o mamute colombiano pisou até o sul do atual México. Estudos genéticos anteriores mostraram que essa espécie era híbrida e foi originada dos mamutes lanosos e de outra linhagem descendente de mamutes das estepes.

Nova análise do Instituto Nacional de Antropologia e História do México (INAH) revelou que uma coleção de objetos encontrados próximos da capital mexicana provavelmente fazia parte de um acampamento sazonal de caçadores-coletores. — Foto: Mauricio Marat/INAH
Nova análise do Instituto Nacional de Antropologia e História do México (INAH) revelou que uma coleção de objetos encontrados próximos da capital mexicana provavelmente fazia parte de um acampamento sazonal de caçadores-coletores. — Foto: Mauricio Marat/INAH

Diante de importantes descobertas na Bacia do México, registradas entre 2019 e 2021, tais como as possíveis armadilhas de mamute em Tultepec e os restos de megafauna em Santa Lucía, os olhos da ciência voltaram-se novamente para Santa Isabel Ixtapan. E, assim, um projeto de reavaliação no sítio foi iniciado.

“Hoje, temos novas técnicas e tecnologias que nos vão permitir reavaliar o sítio, não só a descoberta a nível cultural com interação humana, mas, também, fazer uma reconstrução da paisagem para definir como mudou”, justifica a cientista Patricia Pérez Martínez, em nota oficial do INAH. Ela explica que, para a avaliação preliminar, foram realizadas prospecções arqueológicas com ferramentas de tecnologia avançada e poços de teste, além do recolhimento de amostras para estudos de solo e reconstrução paleoambiental.

Segundo a especialista, normalmente os acampamentos estão associados a grutas e abrigos rochosos em regiões montanhosas no norte do país, não ao ar livre. Porém, a pesquisa indica que, neste caso, “trata-se de um acampamento sazonal de caçadores-coletores, o que faria de Santa Isabel Ixtapan a primeira evidência material da existência desse tipo de sítio às margens do lago Texcoco”, destaca Martínez.

Além da possibilidade de caça armada aos mamutes, os estudos também identificaram restos de espinhas de peixes que apresentavam sinais de carbonização. Isso abre espaço para a interpretação de que as populações que ocuparam as margens do lago pescavam e cozinhavam os animais a fogo aberto.

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