Arqueologia

Por Redação Galileu

Arqueólogos brasileiros publicaram os resultados de sua nova pesquisa de aproximação facial forense de Zuzu, um fóssil de 9.600 anos de idade. O registro de um dos primeiros habitantes do país foi descoberto originalmente em 1997, no sítio arqueológico da Toca dos Coqueiros, dentro do Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí.

A ideia por trás de reconstituir o rosto de Zuzu em 2022 veio a partir da visita da equipe de cientistas ao Museu da Natureza, onde a coleção óssea estava exposta. Um dos autores, Moacir Elias Santos, observou que a disposição do crânio permitia uma sequência de fotografias própria para uma fotogrametria.

Os achados foram publicados no último dia 25 de janeiro. Além de Santos, assina o artigo o designer 3D brasileiro Cicero Moraes, do grupo de pesquisa Arc-Team Brazil e autor de outras reconstituições.

Aproximação facial forense de Zuzu

Mesmo depois de 25 anos de sua escavação, o espécime fóssil ainda apresenta margens para novas investigações, bem como para revisões de informações já extraídas de Zuzu. Isso foi feito diversas vezes ao longo das décadas, conforme as tecnologias evoluíram.

Em um primeiro momento, por exemplo, um estudo de 2002 indicou que o achado se tratava de uma mulher, falecida entre 35 e 45 anos de idade, há 11.600 anos. No entanto, outras abordagens foram efetuadas e esses dados foram atualizados: as análises passaram a apontar que Zuzu era do sexo masculino e que, na verdade, havia vivido há 9.603 anos.

Fotografias originais tiradas do crânio de Zuzu no Museu da Natureza — Foto: Divulgação/OrtogOnBlender
Fotografias originais tiradas do crânio de Zuzu no Museu da Natureza — Foto: Divulgação/OrtogOnBlender

Nessa pesquisa mais recente, os responsáveis indicaram que não havia uma versão definitiva do rosto do Zuzu, uma vez que isso depende da identificação de outras informações sobre os "brasileiros" antigos, como as características fenotípicas comuns da época. Mas a imagem é verossímil, segundo eles, com abordagem fundamentada em elementos robustos de projeção anatômica.

O processo de reconstituição facial é uma técnica auxiliar que utiliza o crânio como base para se aproximar da face do indivíduo ainda em vida. Devido às controvérsias em volta da diferenciação do que é interpretação científica e o que é arte subjetiva na construção do rosto, os pesquisadores optaram pela substituição do termo “reconstrução” por “aproximação”, que, segundo eles, é mais coerente com o objeto trabalhado.

Dessa forma, a metodologia desenvolveu-se a partir da captura de 57 fotografias do crânio em diferentes angulações e alturas de câmera. Por meio da plataforma OrtogOnBlender, as imagens foram processadas na escala adequada para a formatação 3D e, com o auxílio de doadores virtuais de banco de dados e marcadores baseados em estudos com brasileiros vivos, foram reconstruídas as regiões faltantes e desgastadas pelo tempo, como as arcadas dentárias.

Aproximação facial forense com elementos objetivos, sem as especulações artísticas — Foto: Divulgação/OrtogOnBlender
Aproximação facial forense com elementos objetivos, sem as especulações artísticas — Foto: Divulgação/OrtogOnBlender

Os autores destacam, no entanto, que a aproximação não compreende integralmente a face de Zuzu na hora de sua morte, pois apresenta marcadores fenotípicos atuais dos brasileiros. Segundo eles, a aparência muito provavelmente seria essa, ainda que contenha elementos especulativos na configuração do cabelo, cor dos olhos e da pele.

Mais recente Próxima Pesquisadores japoneses desvendam o que seria suposta "múmia de sereia"
Mais de Galileu

Há evidências científicas de que atividades rotineiras da casa podem contribuir para a manutenção das funções cerebrais e reduzir o risco de demência

Tarefas domésticas podem ajudar a prevenir doenças neurodegenerativas

Seleção traz produtos como canetas coloridas, lápis de cor, giz pastel e tinta guache, para desenhar ou praticar lettering, por preços até R$ 245,10

Confira itens de desenho e papelaria com desconto na Amazon

Objetos descobertos há 125 anos só puderam ser analisados agora, com a utilização de novas tecnologias

Ferramentas cirúrgicas de 2.000 anos revelam como era a medicina romana

Apesar de não haver um consenso entre especialistas, a maioria das evidências sugere que o achado pertença à Idade do Bronze

Rosto esculpido em rocha da Idade do Bronze é descoberto no Cazaquistão

Em análise, todos os espécimes de Rhizoprionodon lalandii testaram positivo para a presença da droga. Ainda não se sabe quais os efeitos a substância pode ter no comportamento dos animais

Estudo revela que espécie de tubarão é exposta à cocaína em águas brasileiras

A partir de 26 de julho, durante 19 dias, cerca de 10,5 mil atletas de mais de 200 países vão disputar provas, conquistar medalhas e quebrar recordes. Mas, a que preço?

"Para nós, lazer, pra eles, trabalho": a saúde mental nos atletas de alto nível

Obra reconstruída a partir de manuscritos apresenta Ségurant, cavaleiro esquecido da lenda do rei Arthur. Publicação no Brasil acontece no fim de julho

Pesquisador acha romance medieval da Távola Redonda perdido há 700 anos

Durante congresso na Espanha, grupo de pesquisadores criou comitê para acompanhar nomenclaturas de espécies de plantas, fungos e algas a partir de 2026

Botânicos mudarão nomes racistas de centenas de plantas; entenda a decisão

Especialistas ressaltam que ter amizades é importante desde a infância

Dia do Amigo: relação é fundamental para a saúde mental, diz psicóloga

No dia 20 de julho de 1969, Neil Armstrong, Michael Collins e Buzz Aldrin fizeram história com a Missão Apollo 11. NASA pretende enviar missão tripulada para a Lua novamente em 2025

Há 55 anos, o homem chegava à Lua; veja fotos dos bastidores