Arqueologia

Por Redação Galileu

Uma análise de um crânio considerado um Homo erectus de 1,5 milhão de anos, encontrado no sítio de Gona, na Etiópia, revela que este grupo de hominídeos pode ter tido uma capacidade craniana pequena para a gama de variação conhecida da espécie.

A conclusão foi publicada em 22 de fevereiro no periódico American Journal of Biological Anthropology. De acordo com a pesquisa, o fóssil pequeno sugere que sua morfologia cerebral não apresenta quaisquer traços distintivos do gênero humano.

Apesar do crânio, chamado de DAN5/P1, ser associado à fase africana mais antiga do Homo erectus (conhecida como Homo ergaster), as proporções da caixa craniana são semelhantes a de outra espécie completamente diferente: os australopitecos, que são alvo de debates sobre se pertenceriam à nossa própria linhagem humana.

"O crânio DAN5/P1 é mais redondo e menos alongado do que observamos em indivíduos posteriores de H. erectus, mas isso provavelmente se deve à arquitetura do crânio, e não a certas proporções no córtex cerebral", observa o paleoneurologista Emiliano Bruner, primeiro autor da pesquisa, em comunicado.

A análise foi conduzida em parceria com o arqueólogo Sileshi Semaw, que atua com Bruner no Centro Nacional de Investigação Sobre a Evolução Humana (CENIEH), na Espanha. A dupla trabalhou em colaboração com especialistas da Universidade de Colúmbia, Universidade Midwestern, Universidade Estadual de Southern Connecticut e Instituto Stone Age, todos nos Estados Unidos.

O estudo confirmou que ainda não há evidências na literatura científica de um limite claro para a origem da anatomia do cérebro no gênero humano.

A dificuldade em encontrar traços cerebrais associados à evolução do Homo pode estar, além do tamanho, na ausência de diferenças macroscópicas no córtex do cérebro, nas limitações das amostras fósseis ou na dificuldade de interpretar a morfologia cerebral dos vestígios internos deixados no crânio.

"Naturalmente, isso não exclui a possibilidade de que a origem do cérebro humano possa estar relacionada a mudanças que não podem ser detectadas na anatomia geral, como as mudanças que ocorrem no nível de células e tecidos, conexões neurais ou neurotransmissores", nota Bruner.

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