Arqueologia

Por Redação Galileu

Restos de um antigo templo que remonta à primeira metade do 1º milênio a.C foram encontrados durante uma escavação em Velha Dongola, uma cidade deserta e em ruínas no atual Sudão. Os achados surpreenderam os arqueólogos do Centro Polonês de Arqueologia Mediterrânea da Universidade de Varsóvia, já que nenhum item datado de 2,7 mil anos era conhecido até então.

Liderada pelo arqueólogo Artur Obłuski, a equipe identificou os blocos como elementos arquitetônicos de um templo faraônico. Algumas das pedras foram decoradas com figuras e inscrições hieroglíficas. A análise foi realizada com base em critérios iconográficos e da escrita, bem como na tecnologia de curativo dos blocos de arenito.

O egiptólogo Dawid F. Wieczorek, conta, em comunicado, que com base no material arqueológico recolhido até agora, não é possível determinar se os blocos inscritos são originários da própria cidade, ou se foram trazidos para cá de outro local e reutilizados para fins de construção. Até o momento tudo são hipóteses.

Análise da iconografia e da escrita sugere que eles faziam parte de uma estrutura que data da primeira metade do primeiro milênio aC — Foto: Reprodução/Dawid F. Wieczorek-PCMA UW
Análise da iconografia e da escrita sugere que eles faziam parte de uma estrutura que data da primeira metade do primeiro milênio aC — Foto: Reprodução/Dawid F. Wieczorek-PCMA UW

“De qualquer forma, trata-se de um achado surpreendente, pois os blocos vieram de um monumental edifício de pedra e não há sítios conhecidos com arquitetura egípcia num raio de mais de cem quilômetros de Velha Dongola”, destaca o pesquisador.

Templo egípcio

Em entrevista à Live Science, Wieczorek explica que, dentro de algumas ruínas do templo, os arqueólogos encontraram fragmentos de inscrições, incluindo uma mencionando que o templo é dedicado a Amon-Rá de Kawa, um deus adorado no Reino de Cuxe, no Egito.

Kawa é um sítio arqueológico localizado próximo ao lugar onde Velha Dongola está. A área foi um dos centros urbanos e religiosos da época, por isso a suspeita de que alguns dos blocos encontrados foram transportados de outras localidades.

A cidade passa por pesquisas arqueológicas desde 1964, porém, nenhum vestígio de um período tão antigo havia sido encontrado até então. A confirmação da existência de um templo faraônico no local, sendo mais de um milênio mais antigo que própria cidade, datada do século 5 d.C., poderia lançar nova luz sobre a história do lugar, indicando uma data muito anterior para seu fundamento.

“É possível que houvesse mais centros egípcios neste trecho do vale do Nilo, e o estado atual do conhecimento é simplesmente um reflexo do estado atual da pesquisa arqueológica. Espero que nossa descoberta ajude a preencher essa lacuna", conclui Wieczorek.

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