Arqueologia

A evidência mais antiga na Grã-Bretanha de uma peste causada pela bactéria Yersinia pestis — a mesma que causa a Peste Bubônica — foi descoberta por pesquisadores, que identificaram três casos de 4 mil anos.

A pesquisa foi publicada nesta terça-feira (30) na revista Nature Communications. Os autores do estudo são do Instituto Francis Crick, em Londres; da Universidade de Oxford; do grupo de pesquisa Levens Local History Group e do Museu Wells and Mendip, na cidade inglesa de Wells.

Os pesquisadores identificaram dois casos de Y.pestis em restos humanos de um enterro em massa em Charterhouse Warren, no condado britânico de Somerset, e outra ocorrência em um monumento na vila de Levens.

Nos dois locais, os cientistas coletaram pequenas amostras do esqueleto de 34 indivíduos. Em uma sala limpa especializada, eles perfuraram os dentes dos mortos e extraíram a polpa dentária, que pode prender restos de DNA de doenças infecciosas.

Micrografia eletrônica de varredura representando massa de bactérias Yersinia pestis no intestino anterior do vetor da pulga  — Foto: NIAID
Micrografia eletrônica de varredura representando massa de bactérias Yersinia pestis no intestino anterior do vetor da pulga — Foto: NIAID

Assim, os especialistas rastrearam a presença da bactéria Y.pestis. Os três casos ocorreram em duas crianças mortas dos 10 aos 12 anos de idade e em uma mulher que morreu quando tinha entre 35 e 45 anos.

A mesma peste que adoeceu essas pessoas já foi identificada em vários indivíduos da Eurásia que viveram do Neolítico Final à Idade do Bronze, mas este é o primeiro registro na Grã-Bretanha.

A cepa da bactéria identificada pelos cientistas, da linhagem LNBA, foi provavelmente trazida para a Europa Central e Ocidental por humanos que se expandiram para a Eurásia. A pesquisa sugere que a variante se estendeu à Grã-Bretanha e parecia inclusive muito com a cepa eurasiática da mesma época.

As crianças e a mulher que foram infectadas não tinham genes yapC e ymt, que são vistos em cepas posteriores, a última das quais é conhecida por desempenhar um papel importante na transmissão por pulgas. Isso sugeriu que a variante que afetou essas pessoas não era transmitida dessa maneira, ao contrário da peste bubônica.

Mas não foi a peste que gerou o enterro em massa. Segundo os pesquisadores, os mortos teriam possivelmente falecido de traumas físicos e podem ter sido infectados pela bactéria no momento em que morreram.

"A capacidade de detectar patógenos antigos a partir de amostras degradadas, de milhares de anos atrás, é incrível”, considera Pooja Swali, líder do estudo, em comunicado. “Esses genomas podem nos informar da disseminação e mudanças evolutivas de patógenos no passado, e com sorte nos ajudar a entender quais genes podem ser importantes na disseminação de doenças infecciosas”.

Segundo acrescenta Swali, essa linhagem de Y. pestis, assim como ocorreu com os genomas deste estudo, perde genes ao longo do tempo, “um padrão que surgiu com epidemias posteriores causadas pelo mesmo patógeno”.

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