Com quase 3 mil anos, casa é achada em antiga área de mineração na Grécia

Uma casa da Idade do Ferro, datada do século 10 a.C ao 9 a.C., foi escavada no sítio arqueológico de Thorikos, na Grécia. A descoberta foi divulgada em 26 de maio por uma equipe de arqueólogos da Universidade de Göttingen, na Alemanha.

A moradia é a mais antiga casa da Idade do Ferro já descoberta em Thorikos e está em uma antiga área de mineração de prata, a 60 km ao sul de Atenas. Estruturas de construção do mesmo período não foram escavadas em nenhum outro lugar da Península Ática.

O local já produziu algumas descobertas surpreendentes, incluindo túmulos micênicos abobadados e os restos de um grande assentamento que teria casas, fábricas, santuários, um teatro e um cemitério.

A casa recém-descoberta está hoje a apenas 20 metros acima da costa do mar, o que sugere que os níveis das águas devem ter sido mais baixos na área há 3 mil anos para não terem ocorrido inundações.

Somente ao longo do século 8 a.C, a população da época começou a construir prédios no topo de um planalto de quase 100 metros de altura, indicando um possível aumento no nível do mar.

Em 2019, arqueólogos da Universidade de Göttingen investigaram a encosta sudeste dessa colina e descobriram o que acreditavam ser um canto exposto de uma parede de uma tumba do século 5 a.C.

Mas as investigações revelaram eventualmente que os pesquisadores alemães tinham identificado erroneamente a estrutura, datando-a também de modo equivocado. “Acontece que não havia enterro lá antes, mas um edifício do século 10 ao 9 a.C”, explica Johannes Bergemann, diretor do Instituto Arqueológico da Universidade de Göttingen, em comunicado.

Paredes da casa da Idade do Ferro tinham camadas de pedras na base e tijolos de barro secos ao ar acima — Foto: Thorikos Archaeological Project Gent-Göttingen

As escavações continuaram em 2022 e a equipe descobriu que na casa havia cinco ou seis quartos. A maior sala era um amplo pátio interno pavimentado. Além disso, uma análise de rocha confirmou com base em características inorgânicas e orgânicas que a moradia foi usada de 950 a 825 a.C.

“As pedras de moagem existentes para grãos indicam uma função como edifício residencial”, diz Bergemann. “A estrutura diferenciada do edifício residencial fala por uma sociedade complexa ou por uma hierarquia social já desenvolvida".

As escavações continuarão em cooperação com a Universidade de Ghent, na Bélgica, de julho a agosto de 2023 e em 2024.

"As análises científicas vão mostrar se aqui havia criação de animais e se o minério de prata típico da região era extraído nessa época”, conta o especialista.