Arqueologia

Por Redação Galileu

O Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito anunciou em uma coletiva de imprensa no último dia 15 de outubro a descoberta de um cemitério de 3,5 mil anos que contém um papiro do "Livro dos Mortos".

Conforme uma publicação no Facebook do ministério, o cemitério datado do Novo Império (1539-525 a.C.) era dedicado a altos funcionários e sacerdotes. O papiro é o primeiro encontrado completo na área de al-Ghoreifa, na vila arqueológica de Tuna el-Gebel. "A missão arqueológica egípcia afiliada ao Conselho Supremo de Antiguidades, que fez essa descoberta, iniciou os trabalhos de escavação no local em 2017", informa a postagem.

Segundo comunicado do governo egípcio, Mustafa Waziri, secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades, disse na coletiva de imprensa que foram encontrados no cemitério túmulos de altos funcionários e sacerdotes do Estado moderno, que continham várias sepulturas esculpidas em rocha.

Essas covas continham centenas de artefatos, incluindo amuletos, joias, caixões de pedra e madeira com múmias, além de um conjunto de estatuetas de barro e madeira representando alguns dos principais funcionários.

Conforme Waziri, o papiro do "Livro dos Mortos" encontrado no cemitério mede de 13 a 15 metros de comprimento. O artefato, que está em boas condições de preservação, será exibido futuramente no Grande Museu Egípcio, que está em construção no Cairo, ainda sem data de abertura.

De acordo com o portal Live Science, os arqueólogos também desenterraram no cemitério vários caixões e múmias, incluindo a filha de Djehuty, um alto sacerdote do deus dos ventos Ámon que viveu há mais de 3,5 mil anos. Outro caixão parece pertencer a uma mulher que era cantora no templo dessa divindade.

O que é o "Livro dos Mortos"?

O "Livro dos Mortos" é "um termo moderno para uma coleção de feitiços que os egípcios usavam para ajudá-los a entrar na vida após a morte", explica em artigo John Taylor, curador de Egito Antigo e Sudão do Museu Britânico, na Inglaterra.

Conforme o especialista, alguns dos encantos serviam para proteger o morto contra ataques de animais em sua jornada após a morte. Havia feitiços também para garantir que o falecido não perdesse a cabeça ou o coração e para que seu cadáver não se deteriorasse. E havia até mesmo magias para manter o indivíduo respirando e tendo água e comida.

Lara Weiss, CEO do Museu Roemer e Pelizaeus, na Alemanha, que estudou extensivamente esse livro egípcio, afirmou ao Live Science que se esse documento "for tão longo e bem preservado, certamente é uma descoberta ótima e interessante."

Restos de sarcófagos de pedra que continham caixões de madeira também foram encontrados nas escavações, além de jarros canópicos com órgãos humanos. As investigações e a análise dos restos mortais estão em andamento.

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