Arqueologia

Por Redação Galileu

Utilizando um drone subaquático, uma equipe liderada pelo casal de documentaristas Yvonne Drebert e Zach Melnick descobriu um naufrágio de 128 anos a 85 metros de profundidade no Lago Huron, em Ontário, no Canadá.

A descoberta foi anunciada em 6 de outubro pela produtora Inspired Planet Productions. A equipe responsável acredita ter encontrado o navio África, que desapareceu em 1895, com toda sua tripulação de 11 marinheiros.

"Recebemos uma dica de que cientistas fazendo um levantamento de peixes offshore haviam notado uma anomalia em seu sonar, basicamente um inchaço incomum em um leito de lago aparentemente plano", explica Melnick.

Seguindo a pista, o naufrágio foi descoberto em junho durante as filmagens do novo documentário da emissora canadense TVOntario All Too Clear ("tudo claro demais", traduzido em português). Segundo a CBC News, o filme relata os danos ecológicos incalculáveis ​​causados ​​​​por mexilhões invasores de água doce após serem soltos nos Grandes Lagos, há mais de três décadas.

Na tarde do achado, a água estava agitada e o clima a bordo do barco estava sombrio enquanto o drone subaquático do casal, Boxfish Luna, descia até o fundo do lago. Melnick pilotou o aparelho de uma estação de controle na cabine de um barco, permitindo à equipe ver tudo em tempo real através da câmera acoplada ao veículo remoto. "Estávamos lá embaixo por apenas alguns minutos quando uma estrutura enorme surgiu das profundezas — era um naufrágio. Não podíamos acreditar", relatou Drebert, segundo comunicado.

Mas identificar o navio não foi fácil, pois ele estava incrustado de mexilhões-zebra invasores (Dreissena polymorpha), que são abordados no documentário por estarem reconfigurando o ecossistema dos Grandes Lagos em uma escala não vista desde as glaciações.

"Há tantos mexilhões-zebra filtrando os Grandes Lagos que os lagos estão até três vezes mais claros do que eram antes dos mexilhões", conta Drebert, acrescentando que os moluscos são a razão pela qual podemos notar o navio sem luz adicional, porém eles dificultam a identificação de naufrágios.

Para identificar o navio, a equipe recrutou o historiador marítimo local Patrick Folkes e a arqueóloga marinha Scarlett Janusas. Em uma nova expedição, o grupo voltou à embarcação com seu drone para filmar e fazer medições.

Um vídeo que mostra imagens detalhadas do naufrágio foi compartilhado no Twitter pelo site Canadian Geographic. Veja:

O navio África tinha cerca de 45 metros de comprimento, 8 metros de largura e quase 4 metros de altura. As medidas calculadas com o drone confirmaram a identidade da embarcação, junto da presença de carvão proveniente da carga do veículo espalhado ao seu redor.

O naufrágio do navio África

Coincidentemente, os cineastas Melnick e Drebert moram em uma residência na Península de Bruce, que fica em Larsen Cove, região nomeada justamente em homenagem ao capitão do África, Hans P. Larsen. Além disso, a barcaça Severn, com a qual o navio partiu a reboque, afundou a poucas centenas de metros ao sul da casa do casal.

O África foi construído em 1873 para transportar passageiros e carga. O navio queimou até a linha d'água em 1886 e foi reconstruído como um cargueiro a vapor para transporte exclusivo de carga.

Seu fatídico fim se deu em 4 de outubro 1895, quando a embarcação partiu logo cedo de Ashtabula, Ohio, nos Estados Unidos, rebocando a balsa Severn. Ambos os veículos foram carregados com carvão e com destino a Owen Sound, Ontário, até que uma tempestade de neve quebrou o cabo de reboque que os separava.

Severn encalhou e se desintegrou, tornando-se uma das dezenas de navios a ser engolidos pelas águas rochosas da Península de Bruce. Enquanto a tripulação da barcaça foi eventualmente resgatada, o África nunca mais foi visto, e todos os seus 11 marinheiros desapareceram.

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