Arqueologia

Por Redação Galileu

Uma nova pesquisa sugere que a pirâmide de Djoser, também chamada de pirâmide de degraus e considerada a mais antiga das pirâmides do Egito, pode ter sido construída com o auxílio de um elevador hidráulico.

A descoberta foi descrita em um artigo publicado na última quinta-feira (25) na revista PLOS ONE, e indica que tecnologias e sistemas hidráulicos existiram muito antes do que se imaginava, há cerca de 4,5 mil anos.

Um elevador hidráulico consiste em um dispositivo que transmite a pressão aplicada por um líquido em uma de suas colunas a todos os pontos do sistema. Como resultado, é possível aplicar uma força menor do que a realmente necessária para levantar um objeto.

Na construção de Djoser, o mecanismo poderia ter movimentado os grandes blocos de pedra que formam a pirâmide, ajudando a elevá-los do chão para o topo – uma técnica que nunca havia sido registrada naquele local ou período.

A pirâmide de Degraus foi a primeira a ser construída, estabelecendo esse modelo funerário tão característico dos faraós egípcios. Com uma altura de aproximadamente 60 a 62 metros, ela foi construída pelo rei Djoser por volta de 2630 a.C., e considerada o túmulo mais alto de sua época.

O que diz o estudo

Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores analisaram a estrutura interna da pirâmide. Eles observaram que ela foi construída em um “estilo vulcão”, utilizando da pressão da água para empurrar as pedras em seus devidos lugares. Mas, de onde essa água poderia ter vindo -- e como ela foi conduzida ao mecanismo do elevador hidráulico?

Uma das mais antigas estruturas de pedra, chamada Gisr el-Mudir, pode ter funcionado como uma barragem para reter sedimentos e água. A topografia da estrutura sugere a presença de um possível lago temporário a oeste do complexo onde Djoser está localizada, com um fluxo de água ao seu redor, semelhante a um fosso.

Nessa estrutura, formada por compartimentos de valas profundas, os pesquisadores encontraram uma espécie de canal linear escavado na rocha. Esse projeto funcionaria como estação de tratamento de água, incluindo uma bacia de decantação e uma de retenção, além de um sistema de purificação.

“Os arquitetos antigos provavelmente levantaram as pedras do centro da pirâmide como um vulcão, usando a água livre de sedimentos da seção sul do Fosso Seco”, escrevem os autores no artigo. Toda essa arquitetura complexa ajudava a suprir as necessidades hidráulicas da obra.

Essa teoria proposta pelos pesquisadores desafia a hipótese mais amplamente aceita, que sugere que os pesados blocos de pedra foram transportados com o uso de rolos e levantados por meio de uma série de rampas. Se as novas descobertas forem confirmadas, a pesquisa indicará que os egípcios já possuíam um conhecimento avançado em sistemas hidráulicos muito antes do que se imaginava pelos estudiosos modernos.

“Os antigos egípcios são famosos por seu pioneirismo e maestria em hidráulica por meio de canais para fins de irrigação e barcaças para transportar pedras enormes”, afirmam os autores. “Este trabalho abre uma nova linha de pesquisa: o uso da força hidráulica para erguer as estruturas massivas construídas pelos faraós”.

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