Biologia

Por Redação Galileu

Os marsupiais, como cangurus, coalas e gambás, não se desenvolvem totalmente no interior da placenta e são caracterizados pela presença de uma bolsa materna (marsúpio), onde os filhotes completam o seu desenvolvimento.

Um estudo recente mostra que estes animais são os mamíferos mais evoluídos — ultrapassando até os seres humanos. A pesquisa foi publicada em 28 de abril na revista Current Biology.

O estudo analisou crânios de 22 espécies de mamíferos vivos durante diferentes estágios de desenvolvimento. Isso incluiu, ao todo, varreduras de microtomografia de 165 exemplares, desde embriões a adultos.

A partir desses dados, os cientistas estimaram como o ancestral comum dos mamíferos marsupiais e dos placentários teria se desenvolvido. Os pesquisadores concluíram que o antepassado era mais semelhante aos animais com placenta — o que significa que aqueles sem placenta seriam mais evoluídos.

Marsupiais foram subestimados?

A descoberta muda o que se sabia até então sobre os marsupiais — há muito tempo considerados "mais primitivos” do que os mamíferos placentários.

Conforme explica Anjali Goswami, autor sênior do estudo, em comunicado, durante muito tempo, as pessoas trataram os marsupiais como "mamíferos menores", que representam o estágio intermediário entre os placentários e os ovíparos. “Acontece que os marsupiais são muito mais evoluídos da forma ancestral”, diz o pesquisador.

“Como membros dos mamíferos placentários, muitas vezes temos esse preconceito de que o nosso grupo é aquele para o qual a evolução é direcionada, mas não é assim que a evolução funciona”, acrescenta o especialista.

O "melhor" de três

Os mamíferos se dividem em três grupos. Além dos marsupiais e dos placentários — estes últimos que compreendem cerca de 95% de todos os mamíferos vivos — existem os monotremados, como os ornitorrincos e as equidnas, que põem ovos.

Assim como os monotremados, o ancentral comum a todos os mamíferos também botava ovos e viveu há aproximadamente 180 milhões de anos.

Segundo Goswami, tem sido sugerido que a estratégia marsupial é melhor se você estiver vivendo com muita instabilidade ambiental. O risco é menor porque a mãe pode abandonar os filhotes facilmente em um estágio muito inicial de desenvolvimento e sobreviver para tentar se reproduzir novamente mais tarde.

Por outro lado, “'mamíferos placentários têm longos tempos de gestação, então se um animal passa por um período em que os recursos secam, tanto a mãe quanto a prole provavelmente morreriam porque é tudo interno”, ele afirma.

Enquanto hoje cerca de dois terços dos marsupiais vivos são encontrados na Austrália, acredita-se que os primeiros deles tenham se originado na América do Norte. A partir daí, eles se espalharam pela América do Sul e finalmente viajaram às terras australianas via Antártica.

Os marsupiais podem ter estado mais bem equipados para viajar devido a seu sistema reprodutivo mais flexível. “Assim, ao estender o desenvolvimento e torná-lo mais externo à mãe, os marsupiais podem lidar melhor com situações ambientais menos estáveis. Mas isso é um palpite e uma hipótese que precisa ser testada”, ressalta o pesquisador.

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