Após ouvir falar dos hábitos inusitados de caça dos macacos-caranguejeiros (Macaca fascicularis), nativos do Sudeste Asiático, o fotógrafo Suliman Alatiqi decidiu passar algumas semanas ao lado desses primatas em uma ilha paradisíaca.
Natural do Kuwait, Alatiqi viajou para as Ilhas Phi Phi, na Tailândia, a fim de conhecer de perto os macacos que mergulham para caçar caranguejos. As horas dedicadas a clicar os animais renderam muito mais do que belas fotos: Suliman venceu o primeiro lugar do concurso de fotografia subaquática Ocean Art 2023.
Em uma entrevista ao site da premiação, o kuwaitiano conta que trabalhou sozinho. “Sem qualquer guia ou especialista, e com muito pouca informação publicada sobre esse comportamento, dediquei longas horas de trabalho de campo rastreando e observando diferentes clãs de macacos para tentar compreender quando, onde e por que eles poderiam envolver-se nesta atividade”, relata o fotógrafo.
O plano inicial era passar apenas uma semana no arquipélago tailandês, mas Suliman decidiu estender sua estadia por lá após se encantar pelos macacos. “Eles se adaptaram muito bem à vida em volta do mar e aventuram-se na água por vários motivos, incluindo transporte, procura de alimentos, descanso e diversão”, conta. “Nadadores altamente eficientes, eles podem mergulhar por até meio minuto e cobrir distâncias curtas mais rápido do que a maioria dos humanos.”
Segundo ele, o maior desafio nesse tipo de empreitada é estar no lugar certo, na hora certa. Especialmente porque a caça subaquática costuma ser rápida e pouco frequente. Mas tudo valeu a pena — e não só pelo prêmio. “A experiência mais interessante foi ser capaz de me relacionar com um clã em particular durante vários dias”, conta Suliman. “Acho que depois de me ver algumas vezes, o chefe [do bando] ficou muito relaxado perto de mim e eles cuidaram de seus negócios sem se importar com a minha presença”.
Veja a foto:
“No último dia deixei de lado minha câmera e sentei-me ombro a ombro com o chefe na beira da água e simplesmente aproveitei o momento como se fosse um convidado em sua casa”, recorda. “Foi como estar com um amigo à beira da piscina. Foi uma experiência inesquecível, me senti aceito.”