Biologia

Por Redação Galileu

Se os cardumes de peixes disputassem os Jogos Olímpicos, seriam grandes candidatos a medalha de ouro no nado sincronizado. Esses grupos, que podem conter de alguns a milhares de peixes, se movem na mesma velocidade e direção, agindo como se fossem uma coisa só. Mas por trás de todo esse show de sincronia, existem também certas vantagens evolutivas de andar em conjunto. É o que diz uma nova pesquisa, que revela que nadar em cardume também pode ajudar os peixes de águas turbulentas a economizar energia.

Publicados na revista científica PLOS Biology, os resultados apontam que, em situações de intensa turbulência, quando a água sofre com a ação de redemoinhos e fortes correntes, os peixes no cardume tendem a se aproximar uns dos outros. Isso faz com que cada indivíduo diminua seu gasto de energia em até 79% em relação à energia consumida por um peixe solitário.

A espécie escolhida para o estudo foi o dânio gigante (Devario malabaricus), um pequeno peixe de água doce. Foi possível observar que peixes solitários realizavam um esforço 22% maior nadando em um fluxo turbulento do que em águas calmas. Já aqueles em cardume exibiam o mesmo nível de esforço em ambas as condições – fato que surpreendeu os pesquisadores.

O comportamento de se agrupar não é incomum na natureza e tem como vantagens a proteção contra predadores e a facilidade na obtenção de alimentos Mas a comunidade científica ainda não sabe estimar por completo os benefícios dessa prática para os animais em termos de economia de energia.

Em um primeiro momento, o objetivo dos pesquisadores era testar a hipótese de que os peixes, ao formarem cardumes, se protegiam dos redemoinhos, permitindo que mantivessem o mesmo ritmo de nado com menor esforço. A equipe, então, projetou um todo um circuito fechado com o objetivo de recriar as condições das águas turbulentas, equipado com mecanismos de controle da velocidade do fluxo e câmeras para registrar a posição dos peixes.

Uma espécie de esteira foi montada para medir o oxigênio dos peixes — Foto: Cedida pelos pesquisadores
Uma espécie de esteira foi montada para medir o oxigênio dos peixes — Foto: Cedida pelos pesquisadores

Para medir o consumo de oxigênio pelos animais, pesquisadores instalaram uma sonda. “Se você quer medir o consumo de oxigênio de um humano correndo em uma esteira, então você coloca uma máscara no rosto do humano”, disse Yangfan Zhang, zoólogo da Universidade Harvard e líder do estudo, em entrevista ao jornal The New York Times. “Mas é realmente difícil colocar uma máscara em um peixe.”

Agora os biólogos irão explorar os benefícios energéticos dos cardumes de forma mais profunda, a fim de compreender o impacto de fatores externos e fisiológicos dos próprios peixes podem trazer alterações ao nível de esforço realizado pelos animais.

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