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Por Redação Galileu

Uma nova pesquisa com o rover Curiosity da Nasa encontrou altos níveis de manganês em rochas do leito de um antigo lago dentro da Cratera Gale em Marte. Essa revelação demostra um ambiente no planeta vermelho semelhante à Terra com condições habitáveis no passado. O estudo foi publicado no dia 1º de maio no periódico Journal of Geophysical Research: Planets.

"É difícil para o óxido de manganês se formar na superfície de Marte, então não esperávamos encontrá-lo em concentrações tão altas em um depósito de costa", diz o autor principal do estudo, Patrick Gasda, do Laboratório Nacional de Los Alamos, no estado americano do Novo México, em comunicado.

O cientista explica que na Terra esses tipos de depósitos acontecem o tempo todo por causa do alto nível de oxigênio na atmosfera, produzido pela vida fotossintética e por micróbios, que contribuem para acelerar as reações de oxidação do manganês.

Imagens de arenitos de tons escuros em Marte — Foto: NASA/Caltech-JPL/MSSS
Imagens de arenitos de tons escuros em Marte — Foto: NASA/Caltech-JPL/MSSS

Essa substância é enriquecida no nosso planeta devido ao oxigênio atmosférico, especialmente com a ajuda dos micróbios, que podem usar diferentes estados de oxidação do manganês como fonte de energia para seu metabolismo.

Se a vida existiu em Marte antigo, o manganês aumentado nas rochas teria sido uma fonte útil de energia. "Em Marte, não temos evidências de vida, e o mecanismo para produzir oxigênio na antiga atmosfera do planeta não está claro, então como o óxido de manganês foi formado e concentrado aqui é realmente intrigante", considera Gasda.

Para o pesquisador, as descobertas, feitas com a câmera Chemistry and Camera (ChemCam) do rover Curiosity, "apontam para processos maiores ocorrendo na atmosfera marciana ou na água da superfície e mostram que mais trabalho precisa ser feito para entender a oxidação em Marte.”

A ChemCam usa um laser para formar um plasma na superfície de uma rocha e coleta essa luz para quantificar a sua composição elementar. Ao analisarem as rochas sedimentares exploradas pelo equipamento, os cientistas encontraram uma mistura de areias, limos e lamas.

Imagens da cratera Gale, em Marte — Foto: NASA/Caltech-JPL/MSSS
Imagens da cratera Gale, em Marte — Foto: NASA/Caltech-JPL/MSSS

A equipe explica que as rochas arenosas são mais porosas, permitindo que a água subterrânea flua mais facilmente do que nas lamas, que são mais prevalentes nas rochas do leito do lago da Cratera Gale.

Segundo os pesquisadores, o manganês pode ter se concentrado nas areias devido à infiltração da água ao longo da costa do lago ou na entrada de um delta. "O ambiente do lago Gale, como revelado por estas rochas antigas, nos dá uma visão de um ambiente habitável que parece surpreendentemente semelhante a lugares na Terra hoje," destaca Nina Lanza, investigadora principal do instrumento ChemCam.

"Minerais de manganês são comuns nas águas rasas e oxigenadas encontradas nas margens dos lagos na Terra, e é notável encontrar características tão reconhecíveis em Marte antigo", acrescenta Lanza.

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