Espaço

Por Redação Galileu

Os cientistas que estudam Marte previram, por muito tempo, que o planeta seria atingido por uma forte tempestade solar quando o Sol entrasse em seu período de pico de atividade chamada máximo solar. O maior evento aconteceu no dia 20 de maio e, na última segunda-feira (10), a NASA divulgou dados e imagens do acontecimento.

Durante o mês passado, os veículos exploradores e orbitadores da agência espacial norte-americana no planeta vermelho ajudaram os cientistas no acompanhamento de uma série de tempestades solares e ejeções de massas coronais que, em algumas ocorrências, causou auroras marcianas.

A parte roxa representa as auroras em Marte detectadas pelo instrumento ultravioleta do orbitador MAVEN da NASA — Foto: NASA/University of Colorado/LASP

Dados do orbitador solar da Agência Espacial Europeia (ESA) e da NASA sugerem que a tempestade de 20 de maio tenha sido da classe X12, que tem as erupções solares mais fortes entre vários tipos. A erupção mandou raios-X e gama na direção de Marte, enquanto uma ejeção de massa coronal seguinte carregou as partículas. Na velocidade da luz, os raios dos dois tipos chegaram primeiro e as partículas carregadas foram logo depois, alcançando o local em questão de minutos.

Na ocasião, tanta energia da tempestade atingiu a superfície marciana que nas imagens em preto e branco registradas pelas câmeras de navegação da Curiosity é possível ver ondas brancas causadas pelo contato das partículas carregadas com o equipamento.

Câmeras do rover Curiosity registraram efeitos de tempestade solar em Marte — Foto: NASA/JPL-Caltech

A caminho de Marte

Essas informações são essenciais para a primeira missão tripulada para Marte, prevista para a próxima década, mostrando como esses eventos acontecem, a quantidade de radiação a qual os astronautas estariam expostos e como poderiam se proteger na paisagem marciana.

Segundo a agência espacial norte-americana, se eles estivessem perto do veículo Curiosity no momento da tempestade, teriam recebido uma dose de radiação equivalente a 30 raios-X no peito. Apesar de não ser letal, foi a maior onda já registrada pelo Detector de Avaliação de Radiação da Curiosity (RAD, em inglês) desde a chegada do rover no planeta, há 12 anos.

"Penhascos ou tubos de lavas forneceriam cobertura adicional para um astronauta durante um evento desses. Na órbita de Marte ou no espaço profundo, a proporção seria significativamente maior", diz Don Hassler, da Divisão de Exploração e Ciência do Sistema Solar do Instituto de Pesquisa Southwest e investigador principal do RAD, em comunicado. "Não me surpreenderia se essa região ativa no Sol continuar em erupção, significando mais tempestades solares na Terra e em Marte nas próximas semanas."

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