Meio ambiente

Por Olav Muurlink*

Festas cheia de jovens em fantasias, alguns batendo na porta de estranhos e ameaçando pregar peças se suas demandas por doces não forem atendidas. O que poderia dar errado? Bem, para começar, a assustadora quantidade de lixo produzida por essas poucas horas de diversão.

Nos últimos anos, o Dia das Bruxas juntou-se ao Natal e a outros rituais de consumo para se tornar uma celebração arraigada ao calendário. Mas, da mesma forma, após a festa, ficamos com montanhas de embalagens de pirulitos descartadas, abóboras, fantasias e decorações. Como chegamos aqui – e como podemos criar um Halloween mais sustentável?

Uma história horripilante

O Halloween é comemorado todos os anos em 31 de outubro. Na Austrália, por exemplo, cerca de um em cada quatro australianos pretende participar este ano. Muita gente – mas ainda muito atrás das taxas de participação nos Estados Unidos e no Reino Unido.

O Dia das Bruxas começou como uma antiga celebração da colheita celta. Conhecido como Samhain, o festival incluia contação de histórias, fogueiras e fantasias para afastar fantasmas.

No século VIII, o Papa Gregório III declarou 1º de novembro como um tempo para honrar todos os santos. Essas festividades incluíam algumas atividades de Samhain, e a noite de 31 de outubro se tornou a véspera de Todos os Santos, e depois o Dia das Bruxas.

O Halloween foi levado para os EUA na década de 1840 por imigrantes irlandeses. Desde então, se transformou em um marco importante para o calendário de varejo e se espalhou para muitos outros países.

Todos os anos, guloseimas, fantasias e apetrechos assustadores relacionados ao Halloween são produzidos em massa e enchem as prateleiras de supermercados e lojas de departamentos até 31 de outubro.

Um conto arrepiante de desperdício

Todos esses consumíveis levam a uma enorme quantidade de resíduos. Primeiro, vamos começar com a comida.

A maioria dos dados sobre o desperdício de alimentos no Halloween está relacionada aos EUA, mas podemos supor que o problema se estende proporcionalmente à Austrália e outros países.

Cerca de um milhão de quilos de abóboras são cultivados nos EUA a cada ano. Muitos são esculpidos em lanternas e acabam em aterros sanitários em vez de no prato. As autoridades dos EUA alertaram que todas essas abóboras em decomposição produzem metano, o que contribui para as mudanças climáticas.

Da mesma forma, pesquisas divulgadas em 2020 descobriram que metade das 24 milhões de abóboras esculpidas para o Halloween no Reino Unido se tornaram desperdício de alimentos. Além disso, 42% dos entrevistados nem sabiam que a polpa da abóbora era comestível.

E todas as "gostosuras"? A poucos dias do Halloween do ano passado, a Federação Nacional de Varejo dos EUA disse que os gastos totais relacionados ao Halloween atingiriam US$ 10,14 bilhões, incluindo cerca de US$ 3 bilhões em vendas de doces.

Cerca de 70% dos compradores do Reino Unido esperam comprar doces, chocolates e outras guloseimas no Halloween, e a celebração é agora a terceira maior celebração comercial do Reino Unido depois do Natal e da Páscoa.

Pirulitos embalados individualmente são populares nas celebrações modernas de Halloween - especialmente na era da pandemia. Mas nem sempre foi assim. Nas décadas passadas, biscoitos, maçãs cristalizadas e caramelos caseiros eram a moeda comum do Halloween.

Embrulhar e embalar reduz o desperdício de alimentos, mas cria resíduos plásticos que se espalham pelas estradas, enchem nossas lixeiras e poluem o meio ambiente.

A pesquisa sobre o consumo de Halloween na Austrália está começando, mas um estudo deste mês da Australian Retailers Association descobriu que os australianos planejavam gastar cerca de 430 milhões de dólares australianos no Halloween deste ano, acima dos anos anteriores.

Os itens a serem adquiridos incluíam fantasias, doces, comidas e bebidas temáticas e decorações para festas.

Se você planeja decorar sua casa, cuidado com a compra de teias de aranha falsas – especialistas em vida selvagem alertaram esta semana que os animais, principalmente os pássaros, podem ser pegos nelas e morrer.

Tenha um Dia das Bruxas sustentável

A Austrália (como o Brasil) é uma lousa em branco quando se trata de cultura e tradição do Halloween. Temos a chance de fazer nossa tradição.

Por que não esculpir uma abóbora de verdade, em vez de comprar uma de plástico, e transformar as vísceras em sopa de abóbora ou bolinhos? Ou reutilizar um pesadelo da moda do passado e transformá-lo em uma fantasia assustadora de Dia das Bruxas.

O World Wildlife Fund oferece outras dicas para um Halloween “verde”:

- Reutilize decorações de anos anteriores em vez de comprar novas. Melhor ainda, faça a sua própria

- Mantenha roupas velhas que possam ser usadas como fantasias, como camisetas desgastadas

- Reduza o desperdício de festas evitando copos, pratos e talheres descartáveis

- Compre balas e guloseimas produzidos localmente. Procure aqueles com embalagem mínima ou embalados em materiais reciclados

- Não compre um saco especial de doces ou travessuras. Use e decore itens domésticos, como um balde, fronha ou bolsa velha, e reutilize-os todos os anos

- Ao pedir doces ou travessuras, caminhe pelo seu bairro em vez de dirigir para fazer isso em outro lugar

- Adube e recicle o máximo possível de comida de festa, guloseimas, abóboras e outros itens.

*Esse artigo foi originalmente publicado em inglês por Olav Muurlink, Professor Associado, Inovação Social, CQUniversity Australia, no portal The Conversation.

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