Autoridades brasileiras informaram nesta última quarta-feira (25) que pelo menos 522 focas e leões-marinhos foram encontrados mortos ao longo do litoral do sul do Brasil devido a casos de gripe aviária. As informações são da agência France-Presse (AFP).
Segundo o Ministério da Saúde, a Influenza Aviária é uma doença infecciosa que pode infectar aves e mamíferos, incluindo humanos. As aves, quando infectadas, podem disseminar vírus através da saliva, secreções de mucosas e fezes.
Os vírus de influenza tipo A "apresentam alta capacidade de mutação (drift e shift antigênico) e consequentemente de adaptação a novos hospedeiros", de acordo com o Ministério de Agricultura e Pecuária (Mapa).
Em 15 de maio de 2023, a doença foi detectada pela primeira vez em território nacional, diagnosticada em aves silvestres. Mas isso não comprometeu a condição do Brasil como país livre da gripe aviária para o comércio.
Maior exportador de frango do mundo, o país fornece cerca de 35% de todas as aves no mercado internacional, mas não relatou nenhum caso da influenza aviária em aves domesticadas ou em operações de criação de aves comerciais.
O primeiro foco da doença em mamíferos marinhos no Brasil foi confirmado em 4 de outubro em um leão-marinho-da-patagônia (Otaria flavescens), também chamado de leão-marinho-do-sul, encontrado na praia do Cassino, no município de Rio Grande, litoral do Rio Grande do Sul.
Segundo o Mapa, casos de gripe aviária em mamíferos também já foram reportados nessa mesma espécie no Peru, Chile, Argentina e Uruguai.
O ministério informou ainda que as infecções humanas com vírus da influenza aviária são raras. Porém, solicitou à população que evitasse se aproximar do local onde os focos foram registrados e tocar em animais doentes ou mortos.
"Não há mudanças no status brasileiro de livre da influenza aviária perante a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), por não haver registro da doença na produção comercial", reforçou o ministério.