Ciência

Por Redação Galileu

Cientistas de 24 países levantaram o maior banco genético de primatas já realizado. A equipe — que inclui dez brasileiros vinculados a centros de pesquisa no Amazonas, em Minas Gerais, no Pará, em Rondônia e no Mato Grosso — combinou o sequenciamento do genoma de mais de 800 indivíduos de 233 espécies, representando 86% dos gêneros e todas as 16 famílias.

O trabalho foi divulgado nesta sexta-feira (2) e está em um conjunto de artigos publicados em edição especial da revista científica Science. Por meio do estudo de fósseis, a iniciativa traz dados de quase metade de todas as espécies de primatas existentes na Terra, multiplicando por quatro o número de genomas disponíveis desses animais.

A pesquisa identificou 4,3 milhões de mutações que afetam a composição dos aminoácidos e podem alterar a função das proteínas, levando a muitas doenças humanas. Isso foi possível com o uso do algoritmo de inteligência artificial PrimateAI-3D, da empresa de sequenciamento Illumina — um tipo de “ChatGPT para genética”, que usa sequências genômicas em vez da linguagem humana.

Conforme conta em comunicado Kyle Farh, vice-presidente de inteligência artificial da Illumina, 6% das 4,3 milhões de mutações identificadas são abundantes em primatas. Logo, essas “são consideradas ‘potencialmente benignas’ em doenças humanas, visto que sua presença é tolerada nesses animais”, explica Farh.

Além de detectar as mutações mais benignas em nós, o novo catálogo genômico reduziu pela metade o número de inovações genômicas que se acreditava serem só humanas. Isso facilita reconhecer mutações que não são compartilhadas com os primatas e que, consequentemente, podem ser exclusivas da evolução e das características que nos tornam humanos.

“O estudo de centenas de genomas de primatas não humanos, dada a sua posição filogenética, é muito valioso para os estudos evolutivos humanos, para melhor compreender o genoma humano e as bases da nossa singularidade", destaca Tomàs Marquès-Bonet, professor de Genética da Universidade Pompeu Fabra (UPF), na Espanha, que colidera o projeto.

O novo banco genético contém informações de primatas da Ásia, América, África e Madagascar. Entre as descobertas está que os babuínos-amarelos (Papio cynocephalus) do oeste da Tanzânia foram os primeiros primatas não humanos a receber informações genéticas de três linhagens diferentes.

“Esses resultados sugerem que a estrutura genética da população e a história de introgressão entre as linhagens de babuínos são mais complexas do que se pensava anteriormente, e isso mostra que os babuínos são um bom modelo para a evolução dos humanos, neandertais e denisovanos”, afirma Jeffrey Rogers, colíder do projeto e professor associado do Baylor College of Medicine, nos Estados Unidos.

Conforme acrescenta Lukas Kuderna , primeiro autor de um dos estudos da colaboração, as pesquisas da equipe também “fornecem pistas sobre quais espécies precisam mais de esforços de conservação e podem ajudar a identificar as estratégias mais eficazes para preservá-las”.

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