Dupla de leões nada 1.5 km por rio cheio de predadores e quebra recorde; veja vídeo

Travessia conturbada de irmãos felinos em Uganda, na África, é nado de leões mais extenso que se tem registro em vídeo. Imagens de drone captaram toda a ação

Por Redação Galileu


Leões Jacob e Tibu vivem em um parque de Uganda, na África, e protagonizaram nado recordista Alex Braczkowski

Dois irmãos leões, Jacob e Tibu, alcançaram um recorde de natação após atravessarem o Canal de Kazinga -- rio cheio de predadores, como crocodilos e hipopótamos -- em Uganda. Os machos foram filmados à noite, com câmeras de detecção de calor de alta definição em drones.

A equipe de pesquisa que documentou o registro foi liderada por Alexander Braczkowski da Universidade Griffith, na Austrália. A cena foi divulgada esta semana em um artigo científico publicado na revista Ecology and Evolution. Os felinos nadaram por 1.5 km sem descanso, o que é considerada a maior travessia contínua de leões a nado que se tem registro em vídeo. Assista abaixo.

Os leões destemidos conseguiram fazer a travessia após duas tentativas fracassadas, e nadaram por cerca de 1,5 km. Jacob era um ícone do local e sobreviveu a alguns incidentes, inclusive após perder uma de suas patas traseiras em uma armadilha de caçadores.

(Evento 1): A dupla de leões entram na água e retornam; (Evento 2a): Eles entram na água de novo, em mais uma tentativa de travessia e então se separam (EVENTO 2c), após o que parece ser uma grande perturbação na água (provavelmente um hipopótamo ou um grande crocodilo — com base no grande sinal de calor); Um macho tenta a travessia pela terceira vez, mas depois de nadar ~80 m parece que algo o assusta (EVENTO 3a — possivelmente um animal ou corrente no canal), ele retorna para a costa e sua companheira de coalizão parece nadar para ajudá-lo ou se juntar a ele (EVENTO 3b). Ambos os machos fazem seu nado final de ~1,3 km logo depois e terminamos nossa observação a aproximadamente 750 m do ponto de entrada inicial (EVENTO 4) com ambos os machos na água a caminho da região de Katunguru do parque. — Foto: Reprodução/Ecology and Evolution

“Apostaria tudo o que tenho que estamos falando do leão mais resiliente da África: ele foi ferido por um búfalo, sua família foi envenenada para ser usada no comércio ilegal, ele foi capturado em uma armadilha de caçadores furtivos e, não bastasse tudo isso, perdeu a perna em outro incidente de tentativa de caça furtiva, onde foi capturado em uma armadilha de aço,” disse Braczkowski, sobre o leão Jacob, para o The Guardian.

Para o pesquisador, o fato dos leões terem sobrevivido por tanto tempo em uma região com grande pressão de atividades humanas, inclusive com altas taxas de caça ilegal, já representa um marco significativo.

De acordo com a pesquisa de Braczkowski, nos últimos cinco anos, a população de felinos foi reduzida pela metade. Os principais motivos envolvem a presença de humanos; há casos de envenenamento por caçadores e eletrocussão em uma cerca no parque, por exemplo. O pesquisador relata que o impacto foi mais severo para as leoas do local.

“Esta população está se inclinando para dois machos para cada fêmea, e essa é a razão pela qual suspeitamos que esses leões tenham nadado pelo Canal de Kazinga – porque estão à procura de fêmeas,” ele disse.

Segundo Braczkowski, é realmente triste que os leões estivessem sendo pressionados dessa forma por artifícios criados por humanos. Ele acrescenta que, provavelmente Jacob e Tibu perderam uma luta de competição por leoas — que é muito intensa dentro do parque onde vivem. A situação fez com que a dupla de irmãos se arriscasse para chegar até fêmeas do outro lado do canal.

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