Cientistas solucionam paradeiro do último exemplar de tigre-da-tasmânia

Restos mortais do animal estavam desaparecidos desde 1936 e falta de documentação sobre o sumiço do esqueleto dificultava o trabalho de cientistas

Por Redação Galileu


Registros de tigres-da-tasmânia em zoológico de Washigton Wikimedia Commons

O esqueleto e a pele do último animal vivo da espécie Thylacinus cynocephalus foram encontrados 86 anos após terem desaparecido. Estamos falando de um exemplar de tigre-da-tasmânia (ou tilacino) que morreu em meados de 1936 e cujo paradeiro era desconhecido.

Liderada pelos pesquisadores Robert Paddle, psicólogo comparativo da Universidade Católica Australiana, e Kathryn Medlock, curadora Honorária de Zoologia de Vertebrados do Museu e Galeria de Arte da Tasmânia (TMAG), a descoberta foi feita de forma inusitada.

Sabia-se que último tilacino morreu no Zoológico de Hobart, na Austrália, durante a noite de 7 de setembro de 1936. Contudo, seus restos mortais nunca foram achados. Fotos na internet alegavam mostrar o representante derradeiro da espécie, mas Paddle e Medlock descobriram que isso não era verdade: as imagens conhecidas (veja abaixo) são do penúltimo tigre-da-tasmânia.

Fotografia do último tigre-da-tasmânia vivo dentro do zoológico de Hobart — Foto: Wikipedia Commons

Um documento encontrado no museu mencionava uma fêmea idosa de tigre-da-tasmânia que havia sido capturada pelo caçador Elias Churchill no Vale Florentino e vendida ao zoológico em meados de maio de 1936. "A venda não foi registrada ou divulgada pelo zoológico porque, na época, a captura em terra era ilegal e Churchill poderia ter sido multado”, explica Paddle, segundo comunicado.

O animal sobreviveu apenas por alguns meses e, quando morreu, foi transferido para o museu onde permaneceu sem ser identificado. Até a descoberta do documento, os curadores e pesquisadores acreditavam que o corpo do animal havia sido descartado.

Após o achado, a equipe iniciou uma busca por todas as peles e esqueletos de tilacinos existentes na coleção do TMAG. Eles conseguiram localizar a pele esfolada e os ossos dentro de um armário no departamento de educação do museu, onde ambos os cientistas trabalham.

Registro dos ossos encontrados dentro de armário do museu — Foto: TMAG ( Tasmanian Museum and Art Gallery)

Segundo Medlock, o corpo do tilacino havia sido esfolado, e o esqueleto desarticulado foi posicionado em uma série de cinco cartas para serem incluídas na recém-formada coleção educacional supervisionada por um professor de ciências do museu.

“Nossa galeria de tilacinos é incrivelmente popular entre os visitantes e convidamos todos ao TMAG para ver os restos do último tilacino, finalmente em exposição para todos verem." Mais informações sobre a descoberta estarão disponíveis para download no periódico Australian Zoologist.

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