Saúde

Por Redação Galileu

Um relatório publicado no dia 12 de maio pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), órgão governamental dos Estados Unidos, alerta para dois casos de micose grave resistentes a tratamentos identificados no país.

A micose é uma infecção fúngica da pele, ocasionada por um grupo de organismos conhecidos como "fungos dermatófitos”. Quando uma pessoa desenvolve micose na área dos pés, é comum que seja chamada de “pé de atleta” ou “coceira de atleta”, caso os dermatófitos apareçam na área da virilha ou nádegas.

Outra parte do corpo que também pode sofrer é o couro cabeludo, sendo mais comum em crianças e ocasionando perda de cabelo ou manchas. Na maioria das vezes, os sintomas da infecção fúngica, também conhecida como tinea, em qualquer parte do corpo, são erupções cutâneas circulares com coceira.

Sendo altamente contagiosa, é possível que a micose se passe por contato próximo ou por animais infectados. A infecção pode se espalhar de uma área a outra do corpo e entre pessoas por meio de toalhas e roupas de cama infectados com esporos do fungo.

É raro que essas infecções se desenvolvam para um estágio grave ou fatal, mas ainda assim não é uma condição agradável de se ter e existe o risco de contaminação de infecções bacterianas secundárias. Essa segunda infecção é ocasionada quando a erupção e lesões cutâneas piorem, o que abre espaço para que bactérias entrem no corpo.

Novos casos

Ao todo, existem 40 espécies diferentes de fungos que podem causar a micose, sendo a maioria delas pertence ao gênero Trichophyton. Os dois casos notificados pela CDC são causados pela Trichophyton indotineae, uma adição relativamente nova à família de fungos, que nunca havia sido observada em um paciente nos EUA até então.

Espécies fúngicas do gênero  Trichophyton ( foto acima) são a causa mais comum de micose.  — Foto: : CDC/ Dr. Libero Ajello  - domínio público
Espécies fúngicas do gênero Trichophyton ( foto acima) são a causa mais comum de micose. — Foto: : CDC/ Dr. Libero Ajello - domínio público

De acordo com o site IFLScience, o que torna o Trichophyton indotineae preocupante para as autoridades de saúde estadunidenses é que, muitas vezes, os fungos dessa espécie são resistentes a terbinafina, uma droga utilizada no tratamento de micose e outras infecções. O que se mostrou verdade com os dois pacientes que foram medicados com terbinafina e não obtiveram melhora nos sintomas.

Segundo o Relatório Semanal de Morbidade e Mortalidade da CDC, a primeira paciente, chamada de paciente A, desenvolveu uma erupção cutânea característica da infecção em 2021, durante a gravidez e, após o nascimento do bebê, em 2022, ela foi medicada com terbinafina. Ao notarem que a medicação não fez efeito, os médicos responsáveis trocaram a droga pela itraconazol, um antifúngico mais potente. Atualmente, a paciente segue em monitoração para caso o fungo volte.

A paciente B apresentou os primeiros sintomas durante uma visita a Bangladesh, no sul da Ásia, no verão de 2022. Ao regressar aos Estados Unidos, ela foi tratada com vários cremes e medicamentos diferentes, incluindo terbinafina, que também não surtiu efeito. Fazendo com que os médicos recorressem a um medicamento diferente, a griseofulvina, que melhorou os sintomas em cerca de 80%. A paciente B, assim como seu marido e filho, que agora também podem estar infectados, ainda está sendo monitorada para o caso de precisar de mais medicação.

Os dois casos chegaram ao Centro de Controle e Prevenção de Doenças por meio de um dermatologista da cidade de Nova York em fevereiro de 2023, e uma investigação foi iniciada. Ambos são separados por tempo e geografia e, por isso, as autoridades não acreditam que estejam diretamente ligados. No entanto, como o paciente A não tinha histórico de viagens internacionais, isso aponta para a transmissão de T. indotineae ocorrendo dentro dos EUA, o que não havia sido observado antes.

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