Saúde

Por Redação Galileu

Um novo estudo publicado em 17 de novembro na revista Science Advances mostra que os nanoplásticos podem interagir com uma proteína específica encontrada naturalmente no cérebro, causando alterações associadas ao Parkinson e alguns tipos de demência.

Os nanoplásticos são partículas de plástico de 1 a 1000 nanômetros. Eles são ainda menores do que os microplásticos, que tem menos de 5 milímetros e já foram encontrados no cérebro humano, placenta, coração e até nos sedimentos de uma caverna remota.

A nova pesquisa foi liderada por pesquisadores da Universidade Duke, na Carolina do Norte, Estados Unidos. Os cientistas descobriram que nanopartículas do plástico poliestireno, presente em copos descartáveis e talheres, atraem o acúmulo da proteína conhecida como alfa-sinucleína.

Segundo os pesquisadores, os acúmulos de plástico e proteína ocorreram em três modelos diferentes realizados no estudo: em tubos de ensaio, neurônios cultivados e camundongos em testes de Parkinson.

O professor do Departamento de Farmacologia e Biologia do Câncer na Escola de Medicina da Universidade Duke, Andrew West, que participou do estudo, conta em comunicado que as descobertas mais surpreendentes foram os vínculos estreitos formados entre o plástico e a alfa-sinucleína na área do neurônio onde esses acúmulos estão se concentrando: o lisossomo.

"Nosso estudo sugere que o surgimento de micro e nanopartículas plásticas no ambiente pode representar um novo desafio tóxico em relação ao risco e progressão de Parkinson", explica West. "Isso é especialmente preocupante dada a previsão de aumento nas concentrações desses contaminantes em nossos suprimentos de água e alimentos."

Mas o pesquisador conta que ainda permanecem dúvidas sobre como essas interações ocorrem em humanos e se o tipo de plástico pode interferir no processo. "Embora os contaminantes de microplásticos e nanopartículas estejam sendo avaliados de perto por seu potencial impacto em câncer e doenças autoimunes, a natureza marcante das interações que pudemos observar em nossos modelos sugere a necessidade de avaliar o aumento dos contaminantes de nanopartículas no risco e progressão de Parkinson e demência", disse West.

Apesar da tecnologia de monitoramento das nanopartículas ainda estar nos estágios mais iniciais, a expectativa da equipe é que os esforços nessa área aumentem rapidamente com a utilização de modelos científicos, segundo o especialista. "Se soubermos no que ficar atentos, podemos tomar as medidas necessárias para nos proteger, sem comprometer todos os benefícios que colhemos todos os dias dos plásticos", ele diz.

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