Saúde

Por Redação Galileu

Ao analisar mais de 350 mil pessoas com menos de 65 anos em todo o Reino Unido, um grupo de pesquisadores de universidade europeias identificou diversos fatores de risco para a demência de início precoce.

A nova pesquisa, que usou dados do estudo britânico UK Biobank, foi publicada em 26 de dezembro de 2023 na revista JAMA Neurology. A equipe avaliou uma ampla gama de possíveis causas da condição neurológica, desde predisposições genéticas até influências ambientais e de estilo de vida.

No modelo final do estudo, diversos fatores foram significativamente associados a um risco maior de demência de início precoce, incluindo: menor escolaridade formal; status socioeconômico mais baixo; presença do alelo 2 da apolipoproteína ε4 no organismo; transtornos de uso de álcool; isolamento social; deficiência de vitamina D; níveis altos de proteína C-reativa; menor força de preensão manual; deficiência auditiva; hipotensão ortostática; acidente vascular cerebral; diabetes; doença cardíaca; e, por fim, depressão. Com isso, os achados desafiam a noção de que a genética é a única causa da condição.

É a primeira vez que resultados sugerem ser possível diminuir o risco de demência iniciada precocemente ao direcionar fatores de saúde e estilo de vida. "Acreditamos que isso poderia inaugurar uma nova era em intervenções para reduzir novos casos dessa condição", comenta em comunicado Janice Ranson, pesquisadora sênior da Universidade de Exeter, na Inglaterra.

Conforme Sebastian Köhler, coautor do estudo e professor de neuroepidemiologia da Universidade de Maastricht (Países Baixos), a equipe já sabia, a partir de pesquisas anteriores sobre pessoas que desenvolvem demência em idade avançada, que existem uma série de fatores de risco modificáveis.

"Além dos fatores físicos, a saúde mental também desempenha um papel importante, incluindo a evitação de estresse crônico, solidão e depressão", destaca Köhler. "O fato de que isso é igualmente evidente na demência de início precoce foi uma surpresa para mim e pode oferecer oportunidades para reduzir o risco nesse grupo também."

Estima-se que a demência de início precoce some 370 mil novos casos ao redor do mundo anualmente. A condição é séria, pois as pessoas afetadas geralmente ainda têm emprego, filhos e uma vida agitada, segundo observa Stevie Hendriks, pesquisador de Maastricht, que também colaborou com o estudo. "Muitas vezes se assume que o motivo é genético; mas, para muitas pessoas, não sabemos exatamente qual é a causa. Por isso, também quisemos investigar outros fatores de risco neste estudo", ele diz.

Para o coautor David Llewellyn, professor da Universidade de Exeter, ainda há muito a aprender em termos de prevenção, identificação e tratamento de todas as formas de demência de maneira mais direcionada. Porém, a nova pesquisa é um grande avanço na área. "Este é o maior e mais robusto estudo de seu tipo já realizado", ressalta. "De maneira empolgante, pela primeira vez, ele revela que podemos agir para reduzir o risco dessa condição debilitante, por meio do direcionamento de uma variedade de fatores diferentes".

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