A dengue tem se espalhado significativamente pelo Brasil nas últimas semanas. São mais de 650 mil casos e 113 mortes confirmadas desde o início de 2024 – sendo que outros 438 óbitos ainda estão sob investigação, de acordo com a Agência Brasil.
A seguir, confira quatro formas de se proteger da doença, que é causada por um vírus e transmitida pela fêmea infectada do mosquito Aedes aegypti.
1. Vacine-se
A vacina Qdenga, que está sendo aos poucos disponibilizada no Brasil pelo SUS (Sistema Único de Saúde), atua contra os quatro sorotipos do vírus da dengue (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DEN-V 4), sendo aplicada em duas doses separadas por três meses.
Ela é indicada tanto para quem já teve a doença como para quem nunca adoeceu. Mas, por contar com uma tecnologia de vírus vivo atenuado, é contraindicada a imunossuprimidos, gestantes e pessoas que estão amamentando
O imunizante está disponível no SUS inicialmente apenas para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos de municípios específicos. Foi necessário estabelecer critérios de prioridade devido às limitações de produção do laboratório fabricante.
Para acompanhar a vacinação contra a dengue pelo SUS, incluindo a lista de municípios que receberão a Qdenga, basta acessar o site do Ministério da Saúde.
Já na rede privada de saúde, a Qdenga pode ser administrada a indivíduos de 4 a 60 anos. A disponibilidade depende do estoque de cada empresa.
2. Use repelente
Vale caprichar no repelente durante o dia, já que o Aedes aegypti costuma ser mais ativo em períodos diurnos, principalmente ao amanhecer e ao entardecer – no entanto, isso não quer dizer que ele não pique à noite.
O ideal é utilizar repelentes à base de DEET (N N-dietilmetatoluamida), IR3535 ou de icaridina nas partes expostas do corpo, informa o Ministério da Saúde. É importante analisar se o produto tem registro da Anvisa, além de levar em consideração as orientações quanto à faixa etária e à frequência de aplicação – que podem variar conforme o fabricante.
3. Proteja a casa
O Aedes aegypti é considerado um inseto doméstico. Porém, conforme o Ministério da Saúde, ele pode ser encontrado não só em domicílios, mas também em outros ambientes frequentados por pessoas, como estabelecimentos comerciais, escolas e igrejas.
É preciso ter uma atenção especial ao acúmulo de água, já que o A. aegypti pode colocar os ovos onde há água. Por isso, é importante adotar medidas para proteger esses locais. A Organização Pan-Americana da Saúde e o Unicef sugerem:
- Não deixar água parada em recipientes (potes, garrafas, vasos de plantas, pneus, entre outros) ao ar livre;
- Cobrir adequadamente tanques e reservatórios de água, sem deixar aberturas;
- Manter as lixeiras bem tampadas;
- Evitar o acúmulo de lixo e jogá-lo fora em sacos plásticos fechados bem amarrados;
- Colocar telas em janelas e portas;
- Limpar bem as calhas.
4. Saiba identificar os sintomas
Segundo orientação do Ministério da Saúde, é necessário procurar imediatamente um atendimento especializado se houver febre alta (39ºC a 40ºC) de surgimento súbito e pelo menos duas das seguintes manifestações:
- Dor de cabeça;
- Prostração;
- Dores musculares;
- Dores articulares;
- Dor atrás dos olhos.
Outros sintomas da dengue incluem manchas vermelhas no corpo e fraqueza. Há ainda sinais de alarme, que podem indicar um agravamento do quadro, como:
- Dor abdominal intensa e contínua;
- Vômitos persistentes;
- Acúmulo de líquidos;
- Sangramento de mucosa;
- Irritabilidade.
É importante buscar uma avaliação profissional, pois, conforme ressalta a pasta da saúde, “a quase totalidade dos óbitos por dengue é evitável e depende, na maioria das vezes, da qualidade da assistência prestada e organização da rede de serviços de saúde”.
Além disso, cabe lembrar que existem medicamentos que não devem ser tomados em caso de suspeita de dengue, como aspirina, AAS (ácido acetilsalicílico), ibuprofeno, nimesulida, prednisona e hidrocortisona. Portanto, não se recomenda a automedicação.