Saúde

Por Redação Galileu

Nesta quarta-feira (3), o Centro de Proteção à Saúde de Hong Kong (CHP) informou em comunicado que está investigando o caso de um homem de 37 anos que testou positivo para o vírus da herpes B após ter contato com macacos selvagens.

De acordo com informações fornecidas por seus familiares e investigações preliminares, o indivíduo foi ferido por primatas durante uma visita ao parque local Kam Shan Country, no final de fevereiro. Diante do ocorrido, o CHP orientou a população a não tocar ou alimentar macacos na natureza.

O homem ferido, que apresentava "boa saúde anterior", deu entrada no Hospital Yan Chai em 21 de março com febre e rebaixamento do nível de consciência. Em estado de saúde crítico, ele está sendo tratado na Unidade de Terapia Intensiva.

Uma amostra de líquido cefalorraquidiano do paciente confirmou que ele contraiu o vírus da herpes B. Um porta-voz do CHP disse esse é o primeiro caso de infecção humana pelo agente infeccioso registrado pelo centro. Porém, países como Estados Unidos, Canadá, China continental e Japão já apresentaram casos semelhantes em que mordidas e arranhões de macacos foram a forma de transmissão principal.

Vírus da herpes B

Identificado em 1932, o vírus da herpes B (herpesvirus simiae) é um herpesvírus comumente encontrado em populações de macacos da família dos cercopitecídeos, também chamados de macacos do Velho Mundo. Esses não costumam apresentar sintomas, mas, quando ocorrem, aparecem na forma de lesões orais ou genitais.

Segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), não há registros de transmissão do vírus por outras espécies, como chimpanzés e macacos-prego, mas esses podem ser infectados e frequentemente morrem em decorrência da infecção. Além disso, o vírus é capaz de sobreviver por horas em superfícies, especialmente as úmidas.

Segundo o porta-voz do CHP, o vírus B é naturalmente carregado na saliva, urina e fezes dos macacos do gênero Macaca, que são um tipo de macacos selvagens comuns em Hong Kong. Pessoas infectadas podem apresentar inicialmente sintomas semelhantes aos da gripe que podem progredir para infecção do sistema nervoso central.

Conforme os CDC, a infecção pelo vírus B é extremamente rara em humanos, mas pode levar a danos cerebrais graves ou morte se não for tratada imediatamente. A transmissão em pessoas se dá por meio do contato com tecidos, secreções de macacos ou pelo contato da mucosa com fluido corporal desses animais, e a infecção pode evoluir rapidamente para insuficiência respiratória, coma e morte.

Os sintomas em pessoas contaminadas podem aparecer de 3 dias a um mês após a exposição ao vírus. Eles incluem:

  • Lesões vesiculares (com líquido no interior, como pus) na pele;
  • Calafrios e febre persistente;
  • Dor muscular;
  • Náusea;
  • Letargia;
  • Dor no peito;
  • Dificuldade para respirar;
  • Sintomas neurológicos (formigamento no local da exposição ou próximo a ele, dormência, tontura, confusão e dificuldade para engolir).

A chance de ser infectado é maior para pessoas que trabalham e são expostas a macacos, como veterinários e funcionários de laboratórios. Os primeiros socorros após exposição a um animal infectado incluem lavar e esfregar de forma suave a área do corpo que teve contato por 15 minutos. Em seguida, enxaguar o local por mais 20 minutos e então buscar atendimento médico.

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