Saúde

Por Redação Galileu

Cientistas utilizaram moléculas que vibram fortemente quando estimuladas por luz para romper a membrana de células cancerígenas. A abordagem inusitada apresentou em laboratório uma eficácia de 99% contra células de melanoma (o tipo mais grave de câncer de pele).

As conclusões foram publicadas em 19 de dezembro de 2023 na revista Nature Chemistry, mas só foram divulgadas hoje (5) pelo site Science Alert. Os cientistas da Universidade Rice, nos Estados Unidos, e colaboradores descobriram que os átomos de uma pequena molécula corante, usada para imagens médicas, podem vibrar ao mesmo som quando estimulados por luz infravermelha.

Isso forma um plasmão, que são oscilações coletivas de elétrons livres, e consequentemente, rompe a membrana celular de células de câncer, conforme os cientistas observaram em testes de laboratório.

Uma britadeira molecular (azul) se liga ao revestimento da bicamada lipídica de uma célula cancerosa. Quando estimulado com luz infravermelha próxima, vibra fortemente, fazendo com que a membrana celular se rompa — Foto: Ciceron Ayala-Orozco/Rice University
Uma britadeira molecular (azul) se liga ao revestimento da bicamada lipídica de uma célula cancerosa. Quando estimulado com luz infravermelha próxima, vibra fortemente, fazendo com que a membrana celular se rompa — Foto: Ciceron Ayala-Orozco/Rice University

Além da alta eficiência em humanos observada nos testes laboratoriais, os pesquisadores fizeram também experimentos com camundongos com tumores de melanoma, nos quais observaram que 50% deles se curaram do câncer após o tratamento.

"Esta é a primeira vez que um plasmão molecular é utilizado dessa forma para excitar a molécula inteira e realmente produzir ação mecânica usada para alcançar um objetivo específico, neste caso, rasgar a membrana das células cancerosas", conta Ciceron Ayala-Orozco, cientista da Universidade Rice e autor principal do estudo, em comunicado.

A técnica se destaca por ser mais rápida e por permitir a penetração mais profunda da luz infravermelha no corpo do que a luz visível, alcançando órgãos ou ossos sem causar danos aos tecidos. Os resultados representam uma abordagem promissora no tratamento do câncer, usando forças mecânicas em escala molecular.

"A luz infravermelha próxima pode penetrar até 10 centímetros no corpo humano, ao contrário de apenas meio centímetro, que é a profundidade de penetração da luz visível que usamos para ativar nanobrocas", conta James Tour, professor de química da Universidade Rice, que colaborou com a pesquisa.

Segundo os pesquisadores, o modo de ação das moléculas vibradoras não pode ser categorizado como terapia fotodinâmica ou fototérmica. Eles explicam que essas estruturas, na verdade, são apenas moléculas de aminocianina, um composto químico que atua como corante fluorescente sintético usado para imagens médicas.

"Elas são biocompatíveis, estáveis em água e ótimas em se fixar à camada externa de gordura das células. Mas, embora estivessem sendo usadas para imagens, as pessoas não sabiam como ativá-las como plasmões", observa Ayala-Orozco.

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