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No Brasil, o uso de suplementos alimentares, como multivitamínicos, aparece em 59% dos lares, segundo dados da ABIAD (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais ou Congêneres). No entanto, esse hábito de apostar em combinações de vitaminas diárias sem prescrição médica com o intuito de melhorar a saúde e longevidade pode não ter a eficácia que se espera.
Um estudo de pesquisadores do Institutos Nacionais da Saúde dos EUA, publicado na revista JAMA Network Open, não encontrou evidências de que o consumo diário dessas doses reduz o risco de morte por doenças cardíacas ou câncer.
De acordo com os pesquisadores, "o uso de multivitamínicos para melhorar a longevidade não é comprovado". Os pesquisadores analisaram dados sobre saúde de quase 400.000 adultos coletados ao longo de 20 anos nos EUA. Eles eram no geral, idosos: tinham uma idade média de 61,5 anos e eram considerados saudáveis por não terem doenças crônicas.
O estudo não achou nenhuma comprovação de que o consumo diário de multivitamínicos, como Ômega 3 e suplementos de vitaminas, melhora a saúde. De acordo com a pesquisa, em vez de viverem mais, os participantes saudáveis que tomavam o suplemento diariamente tinham uma probabilidade moderadamente maior de morrer (4%), em comparação com aqueles que não tomavam.
Do grupo inicial, de 390.000 participantes, quase 165.000 morreram durante o período de acompanhamento. O estudo não analisou os dados de pessoas com a pré-existência de deficiência vitamínica.
"O que este estudo mostra é que, em geral, os multivitamínicos não vão ajudar você a viver mais," disse a médica certificada em pediatria e medicina preventiva geral, Jade A. Cobern, em entrevista à ABC News. "Embora o custo de muitos multivitamínicos não seja alto, isso ainda é uma despesa da qual muitas pessoas podem ser poupadas".
Estudos indicam que a melhor maneira de obter vitaminas e minerais na dieta é aumentando a ingestão de vegetais, e reduzindo o consumo de carne vermelha, e comportamentos pouco saudáveis, como o sedentarismo e o consumo excessivo de álcool.
Embora a pesquisa comprove que o multivitamínico não aumenta a longevidade, é importante que as pessoas consultem o seu próprio médico para saber se o suplemento específico seria útil, com base no seu histórico de saúde e dieta. E também informar ao doutor se você tem o hábito de consumir suplementos diariamente.
