Curiosidade

Por Redação Galileu

A carta assinada pelo físico Albert Einstein alertando o ex-presidente dos Estados Unidos Franklin Roosevelt sobre os perigos da possível ameaça nuclear da Alemanha nazista será colocada à venda em setembro. O item histórico, que levou ao início do programa atômico dos EUA, tem um valor estimado em até US$ 6 milhões (cerca de R$ 33 milhões).

Escrita em 1939, antes mesmo do início da Segunda Guerra Mundial, a carta tinha duas páginas. Nelas, Einstein lista as preocupações da comunidade científica da época sobre o uso da técnica de enriquecimento de urânio para a fabricação de “bombas extremamente poderosas”.

Na verdade, o texto foi redigido por diversos cientistas além de Einstein, mas relatos apurados pela BBC indicam que o destaque à sua assinatura foi uma estratégia utilizada para chamar a atenção de Roosevelt. Como o físico já era uma figura pública muito conhecida por sua teoria da relatividade, existia mais chance de o material ser levado a sério pela equipe da Casa Branca.

Einstein teve sua imagem associada à criação da bomba atômica graças ao seu conceito de massa inercial, representada pela fórmula E = mc2 — Foto: Wikimedia Commons
Einstein teve sua imagem associada à criação da bomba atômica graças ao seu conceito de massa inercial, representada pela fórmula E = mc2 — Foto: Wikimedia Commons

No documento, é pedido que governo dos EUA também comece a investir em armas nucleares. Dito e feito. Formou-se, assim, o comitê precursor do Projeto Manhattan, que, liderado por J. Robert Oppenheimer, foi responsável pelas bombas de destruição lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki no Japão, em 1945.

Anos mais tarde, Einstein teria se arrependido da carta devido ao seu papel em tornar os Estados Unidos o único país – na altura – a fabricar armamentos do tipo. Em cartas privadas, ele admitiu que “se soubesse que os alemães não conseguiriam produzir uma bomba atômica, nunca teria levantado um dedo [para redigir e assinar a carta enviada a Roosevelt].”

Leilão da carta

Há décadas, a carta fazia parte do acervo do co-fundador da Microsoft, Paul Allen. Porém, desde sua morte, aos 65 anos, em 2018, o documento, bem como outros artefatos simbólicos, foi vendido para a Christie's, uma empresa de leilão de artes e itens luxuosos.

Ao jornal The Guardian, a casa de leilões indicou que, com o contexto da nova corrida armamentista nuclear tripartida entre os EUA, a Rússia e a China, juntamente ao sucesso da cinebiografia de Oppenheimer, ganhadora do Oscar do ano passado, serão esperados muitos licitantes interessados na carta de Einstein. Espera-se que, no evento a ser realizado em setembro, a carta arremate ofertas de US$ 4 a 6 milhões (entre R$ 22 e 33 milhões).

A Christie's tem uma história com itens de Einstein. Em 2018, vendeu a chamada “Carta de Deus”, na qual o físico escreveu que “a palavra Deus não é, para mim, nada além da expressão e produto da fraqueza humana”, por quase US$ 3 milhões (R$ 16 milhões).

Além do documento sobre a bomba atômica, outros itens do antigo acervo de Allen farão parte do leilão. A lista envolve um computador DEC PDP-10: KI-10, de 1971, um modelo similar ao que o filantropo e Bill Gates utilizavam quando fundaram a Microsoft; e o traje espacial do astronauta Ed White, que se tornou o primeiro estadunidense a realizar uma caminhada espacial em 1965.

Mais recente Próxima Cachorro mais alto do mundo morre dias após ter recorde confirmado pelo Guinness
Mais de Galileu

Gestação precoce pode refletir em chance de morrer duas a três vezes maior - além de problemas fisiológicos e psicológicos para o resto da vida

Como a gravidez ameaça a saúde de meninas entre 10 e 14 anos

Digit é capaz de agarrar itens e mover cargas comuns em depósitos. Robô estoquista é pioneiro: trata-se da primeira experiência formal de robôs humanoides no setor

Robô humanoide é contratado para o depósito de fábrica de roupas; assista

Pesquisadores investigaram a formação de crateras na superfície marciana e relacionaram o fenômeno com os impactos sísmicos registrados após a queda de meteoritos

Estudo estimou quantos meteoritos caem em Marte todos os anos

Estimativa é de que o brasileiro viva apenas até os 65 anos sem doenças ou incapacidades significativas; estilo de vida ajuda a alcançar a longevidade com saúde

“Healthspan”: saiba a diferença entre viver mais e viver melhor

Região é palco de um conflito travado entre a empresa de carros elétricos de Elon Musk e a população da Alemanha, e já abrigou outras sete bombas

Bomba da Segunda Guerra encontrada em fábrica da Tesla será detonada no sábado

Lista reúne obras que trazem vivências de pessoas LGBTQIAP+ e fatos históricos sobre a luta por direitos e reconhecimento da comunidade; preços vão de R$ 36 a R$ 67

Dia do Orgulho LGBTQIAP+: 6 livros para aprender sobre o movimento

Espécie sofre com a disseminação de câncer transmissível que pode ser detectado de forma mais rápida com o uso de ferramentas de inteligência artificial

Cientistas estão usando IA para tentar salvar diabo-da-tasmânia da extinção

Ainda não se sabe ao certo por que a estrutura abandonada explodiu, mas a hipótese mais plausível envolve um acidente com combustível

Satélite russo explode em 180 pedaços e obriga astronautas da ISS a se esconder

Pesquisa de arqueólogos tchecos que investigou 69 ossadas indica que principais marcas apareciam nas juntas, sobretudo em partes como a cintura, mandíbulas e dedão

Escribas egípcios sofriam com lesões causadas pela má postura no trabalho

Em entrevista à GALILEU, Kamilla Souza fala sobre o trabalho de extrair cérebros de cetáceos - e como eles podem ser modelos para entender, também, o cérebro humano

Brasileira é dona da maior coleção de cérebros de golfinho da América Latina