A busca por soluções para encontrar água potável em lugares secos levou pesquisadores do MIT (Massachusetts Institute of Technology) a desenvolverem um novo dispositivo, que coleta umidade de lugares áridos. Esse equipamento é capaz de produzir 1,3 litros por dia por quilograma de material utilizado.
Os detalhes da construção do equipamento foram publicados em 26 de junho na revista ACS Energy Letters. A equipe explica que o dispositivo é composto por uma série de 10 pequenas aletas verticais de 2 milímetros de distância uma da outra, feitas de folhas e espumas de cobre e revestidas com um material zeólito especializado, frequentemente usado para absorção de água.
Em apenas uma hora de funcionamento, as aletas absorveram a umidade do ar e liberam a água retina ao atingir a temperatura de 184°C. Se o ciclo for realizado 24 vezes por dia, o dispositivo pode produzir até 1,3 litros de água potável diariamente no revestimento adsorvente, em condições de ar com 30% de umidade relativa.
A capacidade de produção pode aumentar para 5,8 litros de água por dia por quilograma de material usado, uma quantidade suficiente para suprir as necessidades diárias de várias pessoas em regiões áridas. Isso é um volume duas a cinco vezes maior do que os dispositivos desenvolvidos anteriormente.
A única desvantagem é que o sistema requer energia para liberar a água, necessitando que a base do dispositivo alcance 184°C. No entanto, os pesquisadores garantem que o dispositivo pode utilizar energia residual ou calor de outros sistemas, como edifícios ou veículos, para operar de forma mais sustentável.
"O trabalho identifica uma oportunidade-chave para rápida captura de umidade e coleta de água do ar seco, várias vezes por dia. Com mais desenvolvimento, esse sistema poderia ser integrado em infraestruturas existentes que produzem calor residual, como edifícios ou veículos de transporte, para fornecer uma opção econômica para gerar água potável em regiões áridas", dizem os pesquisadores em comunicado.