Decoração
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Por Por Paula Jacob (@pjaycob); Fotos Divulgação


Sensibilidade, escuta, feminino: essas três palavras norteiam o projeto Marias, criado despretensiosamente pela publicitária Maria Fernanda Galetti, após três anos mergulhada no universo da cerâmica. O perfil no Instagram (@todasnosmarias) reúne peças criadas por ela a partir da anatomia feminina e sua vastidão de possibilidades físicas, além de frases inspiradoras das entrevistas coletadas por ela desde outubro de 2019, sob a pergunta: qual o seu lugar na sua vida? "A ideia surgiu depois de questionamentos internos diante da minha própria história. Compartilhando com as amigas minhas dúvidas, anseios, percebi o quanto algumas questões se encontram neste lugar do 'ser mulher'", conta Maria Fernanda à Glamour.

Cerâmica Maria Ana, R$ 360 + frete (Foto: Divulgação) — Foto: Glamour
Cerâmica Maria Ana, R$ 360 + frete (Foto: Divulgação) — Foto: Glamour

Depois de 12 anos trabalhando em agências de publicidade, ela começou a sentir no corpo os efeitos de se doar demais para o trabalho, das noites mal dormidas, das cargas horárias infinitas. "Precisei rever todas as formas de trabalhar, de me relacionar, de fazer as coisas acontecerem. Eu sempre me doo muito para tudo o que faço, mas chegou uma hora de encarar as coisas com outro olhar", pontua. Em abril de 2019, ela pediu demissão do antigo emprego e passou cinco meses viajando pela Itália, repensando sobre todos os aspectos da sua vida, buscando novas referências, respirando novos ares.

Projeto celebra a diversidade dos corpos femininos em cerâmicas apaixonantes (Foto: Divulgação) — Foto: Glamour
Projeto celebra a diversidade dos corpos femininos em cerâmicas apaixonantes (Foto: Divulgação) — Foto: Glamour

Ao voltar ao Brasil, decidiu transformar o hobby da cerâmica, que, na época, completava pouco mais de dois anos, em um projeto para unir e celebrar as mulheres (as Marias) que existem por aí. "Hoje já faz três anos que mexo com cerâmica, e comecei porque queria fazer algo com as mãos, desligar um pouco a cabeça." Nas aulas semanais, ela foi testando as suas habilidades com o material que, detalhe, não é nada fácil de manusear. "Estava fazendo só potinhos, potinhos, potinhos. Um dia decidi colocar um peito neles e funcionou", brinca. E foram justamente esses peitos e, depois, as vulvas que a fizeram pensar no projeto Marias. "Foi um grande processo de autoconhecimento. Ver de perto as mulheres que já fui, sou, quero ser. Entender todos os paradoxos do feminino e acolher as diferenças", diz.

A partir daí, ela entrou na observação da anatomia feminina, das amigas, dela própria; e nas conversas com mulheres próximas e as nem tão próximas assim para estruturar o que ela não quer nunca chamar de marca. "Quando a gente rotula dessa forma, parece que eu preciso fazer alguma coisa para vender e ponto. Mas o Marias vai muito além disso. Sim, vou vender minhas cerâmicas ali, mas também vou dar espaço para outras mulheres falarem, vou criar vínculos femininos com outras criativas e, assim, alimentar esse ponto de encontro", explica.

Potinho Maria Priscila, R$ 390 + frete (Foto: Divulgação) — Foto: Glamour
Potinho Maria Priscila, R$ 390 + frete (Foto: Divulgação) — Foto: Glamour

O resultado é um olhar poético, que abraça as diferenças, a multiplicidade da beleza dos corpos femininos e a singularidade de cada uma. "O conceito de beleza muda a todo momento, ele é subjetivo, temporal e imposto por um sistema que se beneficia dele. Aqui, eu quero celebrar que cada mulher é única dentro de si."

Maria Fernanda Galetti (Foto: Divulgação) — Foto: Glamour
Maria Fernanda Galetti (Foto: Divulgação) — Foto: Glamour

As peças, com preços entre R$ 300 e R$ 450, são únicas, porque a cerâmica nunca será uniforme, e também podem ser feitas sob encomenda falando direto com ela pelo perfil do Instagram. Tudo será preparado no ateliê que Maria Fernanda Galetti montou na garagem de casa para, segundo ela, poder fazer as coisas no seu tempo. "O processo de fazer um objeto de cerâmica é também um autoconhecimento, de saber o tempo certo, respeitar o material, tateá-lo para compreender suas possibilidades e fraquezas. Me ajuda também a lidar com a ansiedade." E nós, aqui, já estamos apaixonadas!

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