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Camila Achutti (Foto: Arquivo Pessoal) — Foto: Glamour
Camila Achutti (Foto: Arquivo Pessoal) — Foto: Glamour

Imagine uma criança de 7 anos ouvindo o pai, programador, falando em códigos todos os dias. Minha infância foi assim, a tecnologia era natural e acessível e aqueles códigos, praticamente um idioma. Mas não pense que, por isso, a computação era o único caminho possível para mim. Meus pais sempre valorizaram muito os estudos - meus e da minha irmã gêmea - e nos estimularam a procurar aquilo que nos faria felizes. Na verdade, quando meu pai percebeu que meu desejo era uma carreira na computação não ficou exatamente feliz. Por quê? Ele sabia que a “menininha dele” teria que enfrentar um mercado muito rígido para nós, mulheres.

Deixa eu te contar uma coisa que talvez você não saiba sobre o mercado de tecnologia no Brasil: ele é masculino. Eu fiz graduação em ciências da computação na USP e eu era a única mulher da minha turma. Dentro da sala de aula era fácil perceber que, no mercado, faltariam mulheres. Se poucas meninas chegam à graduação nas áreas de STEM (Science Technologies Engineering and Math - Ciências da Tecnologia, Engenharia e Matemática) a quantidade das que finalizam os cursos e alcançam o mercado de trabalho é ainda menor. A taxa de desistência feminina nessas áreas é de até 79% e eu posso entender motivo. Estar ali pode ser cruel. Na faculdade a gente tinha que se impor, você anda com um holofote na sua cabeça, não faltam piadinhas para desmotivar, histórias de assédio, sexismo, e eu precisei de muita resiliência nessa missão.

(Foto: Reprodução Instagram) — Foto: Glamour
(Foto: Reprodução Instagram) — Foto: Glamour

Talvez por isso eu tenha decidido criar, em 2010, o blog Mulheres na Computação. Eu achava tão errado que esse superpoder que a tecnologia tem de viabilizar quase tudo nas nossas vidas estivesse nas mãos de tão poucos. Eu queria mudar esse ecossistema, contar sobre esse superpoder para mais pessoas, para mais meninas. Eu comecei traduzindo textos sobre computação que eram publicados fora do país. Minha ideia era que elas pudessem encontrar referências, conteúdo, ter voz e ouvir vozes que não fossem só masculinas. O blog nasceu da mente de uma Camila de 18 anos, inexperiente, mas louca para mudar o mundo. A MasterTech, empresa que fundei junto com o Felipe Barreiros em 2016, veio de uma Camila mais madura e experiente, que queria capacitar pessoas para que mudem o mundo. O plano era mudar a vida das pessoas com uma escola capaz de produzir impacto positivo e distribuir renda através do ensino de tecnologia. Criamos uma plataforma de educação de habilidades do século 21. A MasterTech ensina tecnologia, UX e design de negócios para pessoas e empresas em Boot Camps, cursos, workshops…

E agora? Bom, já tivemos muitos avanços qualitativos. Hoje a gente discute abertamente sobre a importância de diversidade para a inovação e a tecnologia, por exemplo. Faltam os avanços quantitativos. Falta vermos mais mulheres programadoras, donas de empresas, dedicadas ao empreendedorismo de oportunidade e não de necessidade. Quero viver para ver mulheres empreendedo e ficando ricas, sendo as próximas Mark Zuckerberg e Bill Gates da nossa geração. Mas vamos à prática: empreender é estar apaixonada por um problema e não por uma solução, é lidar com o erro, com uma gangorra emocional todos os dias e nós, mulheres, fomos educadas para o contrário, para fazer tudo perfeito, ser fofinha, não perder a cabeça. Minha sugestão é a gente se valer desses arquétipos femininos de resiliência, coragem, de fazer um milhão de coisas ao mesmo tempo e abraçar o caos para empreender. Nós temos qualidades que podem ajudar muito no caminho do empreendedorismo e as que não temos podem ser trabalhadas.


Hoje, eu tenho a consciência da força da minha presença como mulher, falando o que eu falo, ocupado os lugares que ocupo. Quando me apresento não estou representando apenas a mim mesma, mas todas as mulheres. Por isso, eu me preocupo não só em ter uma comunicação não violenta, em estudar liderança, em ter repertório para várias situações, conversas e pessoas, mas também em estar em paz com a minha imagem. Nesse caminho eu fiz as pazes com ela. Agora eu consigo ter confiança para colocar a roupa que quiser, ser quem eu quiser, sem precisar me camuflar ou tentar passar despercebida como fiz durante a faculdade inteira. Fiz as pazes até com meu cabelo. Depois de anos de progressiva sem ver meu cabelo natural assumi meus cachos e isso me fortaleceu, melhorou minha imagem como mulher. Tudo isso é mais que importante, é um diferencial competitivo.

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